Quinta, 04 Janeiro 2018 00:00

Sete em cada dez brasileiros são contrários às privatizações

Uma importante pesquisa publicada pelo Datafolha mostrou que sete entre dez brasileiros são contrários à privatização de empresas públicas, política que o governo golpista de Michel Temer vem tentando pôr em prática para beneficiar empresas e bancos nacionais e estrangeiros. A maior parte dos brasileiros – 67% – também acredita que a venda de estatais gera mais prejuízo do que benefício para a população.

Foram ouvidas 2.765 pessoas com margem de erro de dois pontos percentuais. De acordo com a pesquisa do Datafolha, os moradores do Norte e Nordeste são os mais resistentes à desestatização, com 78% e 76% respectivamente. No Sudeste, 67% são contrários também.

A oposição às privatizações foi encontrada em todos os estratos sociais. Apenas entre pessoas com renda de dez salários mínimos por mês, a política é aprovada em maioria. Até entre eleitores do PSDB, um dos partidos do golpe e que aprova este tipo de medida, a privatização é rechaçada com 55% de tucanos contrários.

Geradoras do desenvolvimento

Paulo Matileti, presidente em exercício do Sindicato, disse que o resultado confirma o entendimento cada vez mais amplo de que a entrega de estatais ao setor privado não interessa ao país. “A população já percebeu que colocar empresas públicas nas mãos de quem só pensa no lucro é acabar com o seu principal papel de geradoras do desenvolvimento econômico e social do país passando a gerar somente o lucro para os donos”, argumentou.

De acordo com especialistas ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo, é justamente a resistência às privatizações que dificulta o governo a vender as estatais, como no caso da Eletrobras. A venda da Petrobras também é rechaçada por 70% da população. Ministros e pessoas ligadas ao governo golpista já deram declarações afirmando que existe a intenção de privatizar a empresa que passa por um processo de desmonte, o que seria uma preparação para a sua venda.

Matileti lembrou que um severo desmonte também vem sendo imposto no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, com o mesmo objetivo. Mas frisou que, no caso desta última, o governo sofreu um duro revés, com a decisão do Conselho Administrativo da empresa de não aprovar a transformação da Caixa em sociedade anônima, em função de uma intensa campanha dos empregados, com paralisações e protestos nacionais, de parlamentares de oposição e de entidades representativas da sociedade. “A mobilização conseguiu barrar o que seria o primeiro passo para a privatização, através da venda das ações em Bolsa”, afirmou

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