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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Na mesa sobre a Estrutura Sindical, durante a 21ª Conferência Interestadual, no sábado (20/7), o secretário Geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, falou dos desafios do movimento sindical para enfrentar não somente a atual conjuntura política adversa, mas também as transformações do capitalismo e do mundo do trabalho. Para o cutista é necessário pensar em um novo modelo de campanha salarial, que vá além das questões econômicas e da data-base.
Ele criticou ainda a cultura arbitrária do empresariado brasileiro, que muitas vezes impede a presença de sindicalistas nos locais de trabalho.
Sindicatos e a sociedade
Sérgio Nobre alertou para os riscos da política do governo Bolsonaro de promover o desmonte dos sindicatos e citou a proposta do fim da unicidade sindical, como no modelo chileno, em que há uma pulverização de sindicatos da mesma categoria. Destacou a importância de as centrais sindicais “apresentarem projetos que tornem as entidades sindicais mais modernas e transparentes, que atendam as demandas das mudanças do mundo do trabalho”, apresentando projetos no Congresso Nacional que protejam a organização de luta dos trabalhadores, em resposta aos ataques do governo. “O papel das centrais sindicais hoje é fazer com que o conjunto da sociedade compreenda a importância dos sindicatos para a melhoria na qualidade de vida do trabalhador”.
Novos desafios
O advogado José Eymard Loguercio, especialista em direito coletivo do trabalho, disse que a atual estrutura sindical não responde mais aos desafios das transformações das relações de trabalho e mudanças na legislação trabalhista.
Eymard lembra que a CUT sempre defendeu o fim do modelo sindical atrelado ao estado e o imposto sindical, mas desde que criada novas formas de financiamento para as entidades e um modelo que garanta a autonomia e auto-regulamentação das entidades sindicais. Criticou também a Medida Provisória 881/2019, que institui a chamada “Liberdade Econômica dos mercados”.
“A lógica que querem impor sobre liberdade sindical hoje é a da opção pessoal de o ser ou não sindicalizado. Nossa luta é garantir a capacidade do trabalhador se organizar para preservar e garantir direitos, bem como organizar sindicatos com autonomia e auto-regulação”, conclui o especialista.
A mudança do Estatuto do Sindicato dos Bancários do Rio, aprovada em assembleia pela categoria, em junho deste ano, é uma etapa importante para buscar respostas a estes novos desafios da organização sindical.