Terça, 02 Janeiro 2018 00:00

Diretoria do BB esconde informações sobre suposto desmonte

Órgão máximo de deliberação do Banco do Brasil, o Conselho de Administração não autorizou o conselheiro eleito pelos funcionários, o Caref Fabiano Félix, a participar de uma reunião extraordinária no dia 18. O representante dos trabalhadores não teve acesso sequer à pauta do encontro.
A decisão de impedir a participação do Caref foi tomada após Fabiano solicitar explicações à diretoria do BB sobre matéria do Correio Braziliense, dando conta de uma possível nova reestruturação. A proibição só ajuda a confirmar as suspeitas de que a notícia procede.
Segundo o regimento interno do CA, a presença do conselheiro eleito só pode ser contestada quando a pauta tratar de temas como relações sindicais, remuneração, benefícios e vantagens dos funcionários, previdência complementar e assistência à saúde. Se a reunião tratou de reestruturação, o veto à presença do Caref não se justifica, muito menos a sonegação sobre os pontos discutidos. A restrição é um desrespeito não apenas ao Caref, mas ao funcionalismo, principalmente porque o assunto diz respeito aos direitos de todos, e pode significar, se levado a cabo, ao aprofundamento do processo de esvaziamento do BB para a sua privatização.
Caref cobra explicações
Fabiano Felix reafirmou que como conselheiro eleito pelos bancários do BB é seu papel defender os trabalhadores, e reforçou que vai continuar cobrando posicionamento sobre temas que os afetem, inclusive sobre os abordados pela imprensa. “Em 30 dias haverá divulgação pública da ata da reunião, nessa ocasião teremos mais informações. Peço aos funcionários e seus combativos sindicatos que continuem sua luta em defesa do banco e dos direitos. Como o Sindicato diz, onde há fumaça há fogo”.
Rita Mota, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários, lembrou que, em 2016, os funcionários tomaram conhecimento da reestruturação pelo Fantástico. O anúncio detonou um processo de paralisações e manifestações por todo o país, diante do corte de postos de trabalho e redução da remuneração e do número de agências. Rita frisou que a possibilidade deste desmonte fazer parte de um processo de privatização se torna a cada dia mais concreto quando se constata, por exemplo, a presença da Falconi Consultores de Resultado dentro do banco. A empresa, que formulou a reestruturação de 2016, tem como membro do seu conselho de administração, Pedro Moreira Sales, do Itaú e da Febraban.

Mídia