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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Nomes escolhidos vão ganhar mais de R$1 milhão por ano, enquanto na campanha salarial, banco diz não poder atender demandas dos empregados
A Caixa Econômica Federal possui funcionários qualificados em seu quadro funcional com condições de assumir cargos do alto escalão, inclusive as vice-presidências. Entretanto, com o projeto privatista do governo Michel Temer (MDB) cada vez mais presente na empresa, a direção do banco decidiu buscar no mercado privado, os nomes para ocuparem os cargos nas diversas vice-presidências. O processo seletivo foi aberto na sexta-feira, dia 10 de agosto, e os cargos para os setores de áreas corporativas, fundos de governo, loterias e habitação. A decisão segue a proposta aprovada pelo Conselho Administrativo do banco.
Empregados desvalorizados
A remuneração anual para cada cargo supera os R4650 mil, que acrescida dos ganhos variáveis e benefícios chegam a R$1 milhão por ano.
“É preciso dar valor aos funcionários concursados, que têm uma vida inteira dedicada à empresa. Os candidatos internos podem participar, mas ao abrir mão de empregados e abrir a vaga para o mercado, a Caixa mostra a sua nova filosofia de se enquadrar ao modelo privado, além de desvalorizar a prata da casa. Além disso, o modelo de contratação é desleal, pois será feito pela consultoria Russell Reynolds, uma empresa privada que certamente prefere o perfil do mercado a de um trabalhador qualificado do setor público. Está claro que esta é mais uma etapa do projeto do governo para privatizar o banco”, critica o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.
Caixa para todos
Matileti critica ainda o fato de o banco investir tanto em contratações externas e, na campanha salarial, alegar que não pode atender as reivindicações dos bancários por causa do teto de gastos da chamada Lei das Estatais, novo marco regulatório criado por Temer que corta investimentos para conter gastos públicos.
“Curioso que o corte de gastos é um argumento usado pela direção da empresa para não dar aumento real e cortar direitos dos empregados, mas quando se trata de pagar altos salários para executivos que a Caixa quer importar do mercado privado, aí tem dinheiro de sobra. Queremos um banco 100% público, que sirva ao projeto de desenvolvimento nacional do país e que seja justo com todos os empregados”, completa Matileti.