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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Bancos praticam juros exorbitantes, extinguem agências, demitem em massa e lucram às custas da crise que gera mais miséria e desigualdade
O fechamento de agências e as demissões de bancários, em função da implementação de unidades digitais e acesso aos serviços por via das novas tecnologias, está mudando o panorama da Avenida Rio Branco, que era considerada o centro financeiro do Rio de Janeiro. A avaliação é apresentada em uma matéria publicada pelo Jornal do Brasil, na edição da última terça-feira, 27. A via dá lugar, cada vez mais, a novas drogarias e lojas de conveniência. Um exemplo dado pelo JB é a drogaria Pacheco, na esquina da Rio Branco com a Rua do Rosário, que foi inaugurada em setembro de 2017, onde funcionava uma agência do Itaú. Entre as ruas do Ouvidor e a 7 de setembro uma unidade do Bradesco deu lugar a uma franquia das Lojas Americanas.
A concentração do sistema financeiro nacional seria a causa do esvaziamento de unidades bancárias no Centro do Rio, que revela mais uma faceta de um modelo econômico voltado para atender aos interesses de banqueiros e especuladores.
A raposa no galinheiro
Matéria publicada na segunda-feira (26), mostra que o crédito no Brasil é controlado por poucas famílias. Os quatro maiores bancos privados do país – Itaú, Bradesco, Santander e Safra controlam 75% dos empréstimos no país.
“Este monopólio favorece os juros altos, a pouca oferta de crédito e a hegemonia de uma política econômica voltada para o rentismo e a especulação financeira. Todos perdem com esta situação, o setor produtivo e principalmente os trabalhadores. Somente os banqueiros e os grandes investidores ganham”, afirma a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso. Para a sindicalista, é preciso debater com a sociedade a necessidade de democratização e controle social do sistema financeiro, que tem de estar voltado para o crédito barato a fim de fomentar o desenvolvimento econômico e social do país, para gerar mais empregos e renda.
“A situação se agravou no governo Temer, em que dois banqueiros controlam as diretrizes econômicas do país: Henrique Meirelles, dono do Banco Original, pioneiro entre as instituições financeiras digitais, e Ilan Goldfajn, homem forte do Itaú, que preside o Banco Central. “Não é de hoje que os bancos mandam na economia deste país, mas o Temer consolidou este domínio, colocando a raposa no galinheiro’, critica o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.
Seis famílias no controle
Na segunda-feira, o JB mostrou que apenas seis famílias controlam os quatro maiores bancos privados do Brasil. Juntas, as quatros instituições lucraram R$53,9 bilhões, em 2017, um crescimento de 10% nos ganhos em relação a 2016, enquanto que a economia do Brasil patinou, crescendo apenas 1% no mesmo período. “Esta política econômica controlada pelos banqueiros eleva a concentração de renda, a desigualdade e a miséria”, acrescenta Matileti.
Bancos ficam com o lucro você paga a conta
BOM PARA ELES *
Itaú R$24,9 bilhões (10,7%)
Bradesco R$14,65 bilhões (11,9%)
Santander R$9,85 bilhões (35,6%)
Safra R$1,9 bilhão (13%)
RUIM PARA NÓS
Juros do cartão de crédito 240,7%
Renda média dos brasileiros - 7,6%
Famílias endividadas 25,4%
Comprometimento da renda com dívidas 60,8%
* Lucro/crescimento (2016/2017)