Sexta, 17 Agosto 2018 21:46

Cadê a proposta da fenaban

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) mais uma vez, desrespeitou a categoria e não trouxe à mesa de negociação nenhuma proposição, na reunião de sexta-feira, 17, em São Paulo. Durante o encontro, o Comando Nacional dos Bancários comunicou aos representantes dos bancos, a decisão unânime das assembleias de todo o país, que rejeitaram a proposta apresentada no último dia 7 de agosto: acordo de quatro anos sem aumento real e sem garantias dos direitos da Convenção Coletiva de Trabalho. 
Foi remarcada para terça-feira, dia 21, às 14h, uma nova reunião, na qual, os banqueiros prometem, de novo, trazer respostas às reivindicações dos trabalhadores. 
“Queremos aumento real de salários, PLR e a garantia de todos os nossos direitos previstos na Convenção Coletiva, assim como, os direitos nos acordos específicos do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e demais instituições públicas”, afirma Adriana Nalesso, presidenta do Sindicato do Rio. 
Setor mais lucrativo
Adriana lembra que os bancos têm condições de garantir os direitos da categoria e apresentar proposta com ganho real, afinal lucraram mais de R$77 bilhões em 2017. No primeiro trimestre, os bancos ampliaram seus lucros em mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, os lucros cresceram 17%. 
Dos 26 setores avaliados pela consultoria Economatica, o mais lucrativo foi o bancário, que fechou o segundo trimestre de 2018 com R$ 17,6 bilhões contra R$ 15,2 bilhões em 2017, crescimento de 15,57% (R$ 2,37 bilhões). Seis setores tiveram prejuízo. 
“Está claro que a postura da Fenaban de não apresentar uma proposta digna, com aumento real e preservação de nossos direitos, empurra a categoria para a greve. Os bancos pagam toda despesa de pessoal só com arrecadação de tarifas e taxas. Na média, cobrem em 140% todo o custo com a mão-de-obra”, acrescenta Nalesso, que criticou ainda a discriminação no setor, onde a bancária ganha menos que os homens e tem mais dificuldades de crescimento profissional, além das empresas não cumprirem com a cota de deficientes. 
A próxima semana é decisiva. Pela nova legislação, acaba a ultratividade: sem firmar um novo acordo, a categoria não possui mais a garantia de que o acordo vigente irá continuar valendo. A data-base é 1º de setembro.              
“Precisamos fortalecer a mobilização. Vamos à luta por todos os nossos direitos e por aumento real”, conclui Adriana. 

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