Segunda, 26 Fevereiro 2018 00:00

Bancários aprovam Contribuição Voluntária para manter Sindicato forte

Decisão revela maturidade política da categoria diante da atual conjuntura, que é de demissões em massa, retirada de direitos e precarização do trabalho

Em assembleia que lotou o auditório, na última quinta-feira (22/2), a categoria bancária aprovou, por ampla maioria, a Contribuição Sindical Voluntária (CSV), correspondente a 1/30 (um dia) do salário, a ser descontado no contracheque de março. A decisão foi tomada diante de um cenário adverso de redução do número de bancários. Essa situação tende a se agravar em função do processo de reestruturação e novas tecnologias dos bancos, e da extinção da Contribuição Sindical, aprovada na reforma trabalhista do governo Temer, como as demais mudanças, com o objetivo de golpear e fragilizar a luta dos trabalhadores, através do enfraquecimento financeiro dos sindicatos que os representam.
Segundo a decisão da assembleia, a Contribuição Voluntária será feita por toda a categoria, abrangendo, portanto, sindicalizados e não sindicalizados. Cartas de oposição ao desconto da Contribuição poderão ser encaminhadas ao Sindicato, nesta terça, quarta e quinta-feira, de 9 às 17 horas, na sede da AABB-Lagoa (Avenida Borges de Medeiros, 829); na AABB-Tijuca (Rua Haddock Lobo, 227); na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Energia - Sintergia (Avenida Marechal Floriano, 199, 10º andar, Centro); no Sindicato dos Químicos (Rua Andrade Figueira, 206, Madureira); e na Subsede de Campo Grande do Sindicato dos Bancários (Rua Manaí, 180).
O diretor do Sindicato, José Ferreira, que apresentou as propostas em nome da diretoria, lembrou da importância da Contribuição Voluntária, sobretudo neste momento, já que, este ano, a Campanha Nacional dos Bancários começará mais cedo, em função da reforma trabalhista que acabou com a ultratividade. Isto significa que os direitos constantes das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) deixarão de valer, pela nova lei, após dia 31 de agosto, sendo necessária toda a pressão possível da categoria, nacionalmente, para mantê-las, o que vai exigir um maior gasto por parte dos sindicatos.
Queda na arrecadação
A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, abriu a assembleia frisando a importância de a categoria participar de todos os debates do Sindicato, incluindo este sobre a forma de como resolver o problema financeiro da entidade. Em seguida, o tesoureiro, Geraldo Ferraz, fez uma explanação com base em estudo do Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento mostrou que o número de bancários no Rio de Janeiro passou de 32.233, em 2015, sendo 15.582 sindicalizados, para 28.479, em 2017, sendo 13.269 sindicalizados, tendo forte impacto na receita. A queda na receita é também causada pelas demissões, seguidas da contratação de substitutos com salários menores. “Hoje, as despesas já correspondem a 116% da receita. Com o fim da Contribuição Sindical perderemos mais de R$ 3 milhões. Por isto a necessidade da aprovação da Contribuição Voluntária”, explicou.

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