Quarta, 22 Agosto 2018 01:01

ESTICANDO A CORDA - Comando rejeita proposta na mesa e negociação continua na quinta, 23

Adriana Nalesso e todo o Comando Nacional rejeitaram a proposta na mesa de negociação. Discriminação às bancárias e aos licenciados e afastados, causou revolta e indignação Adriana Nalesso e todo o Comando Nacional rejeitaram a proposta na mesa de negociação. Discriminação às bancárias e aos licenciados e afastados, causou revolta e indignação

Bancos oferecem acordo de dois anos, aumento real de apenas 0,5%, retirada de direitos e alterações que discriminam as mulheres. 

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), após uma negociação exaustiva que se estendeu até o final da noite, fez uma proposta que foi rejeitada, na mesa, pelo Comando Nacional dos Bancários: acordo de dois anos, com aumento real de apenas 0,5%, retirada de direitos e nenhuma garantia do emprego. A negociação continua nesta quinta-feira, dia 23 de agosto, a partir das 10 horas, em São Paulo. As mesas específicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal serão realizadas na quarta (22), também na capital paulista. 
Discriminação às mulheres
Um dos momentos mais tensos da negociação foi quando os representantes dos bancos defenderam uma alteração na cláusula da PLR, discriminando as bancárias, além dos funcionários licenciados e afastados, justamente no momento de uma das mais profundas crises sofridas pelos trabalhadores. 
“Os bancos querem que, mulheres grávidas, em licença-maternidade, não recebam o valor integral da participação nos lucros, uma discriminação absurda. Além de retirar direitos, a Fenaban quer punir as mulheres que já são tão discriminadas nos bancos e na sociedade. São modificações de cláusulas que não aceitamos. É preciso fortalecer a mobilização para garantir nossos direitos”, critica a presidente do Sindicato, Adriana Nalesso.
Adriana lembra que o setor financeiro bate recordes de lucro é o mais lucrativo do país. “Sinceramente esperamos que os banqueiros ofereçam uma proposta decente. A categoria carrega o sistema financeiro nas costas e é peça fundamental para os lucros astronômicos dos bancos. Só nos primeiros seis meses desse ano, foram R$41,6 bilhões. Os bancos podem atender as nossas reivindicações e oferecer aumento real digno para a categoria”, afirmou. 

Detalhes da proposta dos bancos

• Retirada do salário substituto (cláusula 5ª)
• Fim da PLR integral para bancárias em licença-maternidade e afastados por acidente ou doença (proporcional ao período trabalhado)
•     Compensar, caso percam na Justiça, as horas extras pagas como gratificação de função conforme a cláusula 11ª da CCT. Esse item não vale para os bancos públicos, que têm Plano de Cargos e Salários (PCS). A proposta foi rejeitada e o Comando quer negociar PCS para todos
• Alterar cláusula do vale-transporte, rejeitada porque ficaria pior do que a lei (cláusula 21ª)
• Fim da cláusula que proíbe a divulgação de ranking individual (cláusula 37ª)
• Retirar cláusula que prevê adicional de insalubridade e periculosidade porque está na lei (cláusula 10ª)
• Flexibilizar o horário de almoço de 15 minutos a 30 minutos na jornada de seis horas (exceto para teleatendimento e telemarketing)
• Fim do vale-cultura (cláusula 69). Comando quer que permaneça para que o direito esteja garantido caso o governo retome o programa.
• Retirar cláusula que garante a homologação de rescisão contratual nos sindicatos 
• Manter o direito ao adiantamento emergencial para quem tem recurso ao INSS por 90 dias. Os bancários querem 120 dias
• Avanços: parcelamento do adiantamento de férias em três vezes, a pedido do empregado. A manutenção do direito do hipersuficiente à Convenção Coletiva de Trabalho (quem ganha mais de R$ 11 mil). 

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