Domingo, 26 Agosto 2018 21:00

Bancários arrancam reajuste de 5% e garantia dos direitos para toda a categoria

Após dez desgastantes rodadas de negociação, a categoria conseguiu aumento real e a garantia dos direitos.  Adriana Nalesso considera positivos os avanços, frutos da mobilização dos bancários Após dez desgastantes rodadas de negociação, a categoria conseguiu aumento real e a garantia dos direitos. Adriana Nalesso considera positivos os avanços, frutos da mobilização dos bancários

Comando indica aprovação das propostas da Fenaban, Caixa e BB. Garantimos aumento real e direitos da CCT, inclusive para hipersuficientes e mais o parcelamento em até três vezes do adiantamento de férias  
O ano de 2018 é para ficar na história da categoria bancária. Diante de uma reforma trabalhista aprovada pelo governo Michel Temer (MDB) que retira direitos e ameaçava a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a estratégia de antecipação da campanha salarial, a mobilização nacional dos bancários e a pressão do Comando Nacional na mesa de negociação com a Fenaban, garantiram uma vitória de grande valor para o futuro de toda a categoria. 
A proposta prevê, ainda, acordo com validade de dois anos, garantindo as conquistas até 2020.
Como viramos o jogo
Foram dez rodadas de negociação, iniciadas em 28 de junho. De lá para cá, os bancos ameaçaram acabar com a PLR integral das bancárias gestantes em licença-matenridade e dos licenciados; queriam impor quatro anos de acordo sem aumento real e extinguir direitos da CCT. Com a rejeição do Comando, na mesa, os bancos propuseram, sem seguida, 0,5% de ganho real, sem garantir direitos. Gerou grande indignação a proposta de extinguir a PLR integral para grávidas em licença-maternidade e licenciados. Mas a mobilização dos bancários, culminando com paralisações no Dia do Basta e Dia Nacional de Luta, garantiu a virada do jogo, com uma nova proposta na mesa: aumento real de 5% (1,18% de aumento real) e nenhum direito a menos, garantindo as conquistas históricas, como PLR, tíquetes, licenças maternidade e paternidade e todos os itens da Convenção Coletiva. As mães em licença-maternidade e os funcionários licenciados também vão receber a PLR integral. O acordo vale para todos, inclusive os chamados hipersuficientes, que a Fenaban queria impor acordos individuais, o que não garantia as conquistas do acordo coletivo para os trabalhadores que possuem nível superior e ganham mais do que duas vezes o teto de benefícios do INSS (R$11.063,00).
PLR: 1ª parcela em setembro
  Se aprovada pelos bancários nesta quarta (24), a primeira parcela da PLR será paga até o dia 20 de setembro. 
“Garantimos com a pressão dos bancários em atividades nacionais, nas redes sociais e em mesa de negociação, os direitos conquistados ao longo de 27 anos de nossa Convenção Coletiva Nacional. Era a nossa história e a organização de luta que também estavam em risco, pois o objetivo da reforma trabalhista de Temer, além de retirar direitos e precarizar o trabalho, é também o de enfraquecer os sindicatos”, avalia a presidenta Adriana Nalesso, que participou de todas as negociações, em São Paulo.
“Foram dias intensos, reuniões extenuantes e com ameaças de retiradas dos nossos direitos. Diante de uma conjuntura difícil, a mesa única foi fundamental, garantindo também a manutenção de direitos dos acordos específicos do BB e da Caixa, cujos funcionários, serão os únicos do setor público com aumento real e sem retirada de direitos. Além disso, conquistamos reajuste acima da inflação, ganho muito importante em meio à crise que apertou o orçamento de todos os brasileiros”, acrescenta. 

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