Quinta, 30 Agosto 2018 16:34

A IMORALIDADE DOS PODERES - STF acata argumentos patronais e libera terceirização irrestrita

JUNTOS, EM CAUSA PRÓPRIA - O presidente Michel Temer, que responde a processos de denúncias de corrupção. Tenta bajular ministros do STF, juízes e membros do Ministério Público com um super-reajuste de salários JUNTOS, EM CAUSA PRÓPRIA - O presidente Michel Temer, que responde a processos de denúncias de corrupção. Tenta bajular ministros do STF, juízes e membros do Ministério Público com um super-reajuste de salários

A coincidência deixa margem para um escancarado toma lá dá cá. Na mesma semana em que o presidente Michel Temer (MDB) liberou aumento salarial de 16,38% para o Judiciário e Ministério Público, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou por 7 a 4, a terceirização irrestrita, um dos pilares da política do atual governo de retirada de direitos. A nova regra trabalhista torna o trabalho ainda mais precário e permite aos patrões contratar empregados com salários muito inferiores, e sem os direitos das convenções coletivas de trabalho e da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

 

Cortes só para o povo

 

O aumentão concedido aos magistrados vai na contramão da política de “cortes de gastos” do próprio governo. Fica claro que o sacrifício, como sempre, só vale mesmo para arrochar trabalhadores, inclusive servidores públicos.

 

Rombo de R$1 bilhão

 

Para tentar reduzir o impacto negativo junto à opinião pública, os ministros da suprema corte prometem enviar ao parlamento uma proposta que acaba com o auxílio-moradia. Mas mesmo abrindo m]ao deste privilégio, o pacotão, que beneficia diretamente os ministros da mais alta corte, deixa para o país um rombo de cerca de R$350 milhões por ano, que em apenas três anos, chega a R$1 bilhão. 

Acuado por denúncias de corrupção, Temer, que cortou verbas para educação e saúde por 20 anos, não poupa recursos para bajular os ministros do STF.

A tabelinha entre governo, o Judiciário e, de quebra, o Ministério Público, mostra que a crise moral no Brasil não está apenas no Executivo e no Legislativo. O Judiciário brasileiro e os MPs, que pousam de baluartes da moralidade e estão marcados nos últimos tempos pelo ativismo político e pirotecnia midiática, firmam acordos imorais em causa própria, diante de um povo, humilhado pela crise econômica. Perplexo e indignado com a vergonhosa relação promíscua entre os poderes.

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