Mesmo diante de um quadro totalmente adverso para todos os trabalhadores, com ataques aos direitos através da Reforma trabalhista, a categoria bancária manteve-se mobilizada e unida durante toda a campanha salarial desse ano. 
“Foi uma demonstração de unidade entre os bancários do setor público e privado, o que possibilitou assegurar em acordo coletivo direitos históricos da categoria. Na Caixa, o Governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) utilizava-se de diversas medidas internas no sentido de retirar direitos importantes dos empregados, entre eles o Saúde Caixa, enquanto a Fenaban apontava para acabar com a “ultratividade”, ou seja, não iria renovar automaticamente as cláusulas do acordo anterior, caso as negociações não fossem finalizadas antes do término do prazo da data-base”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti. Diante da intransigência dos banqueiros e do governo, sindicatos de todo o país realizaram atividades, manifestações e paralisações, que demonstravam a força e a disposição dos bancários na luta por seus direitos. 
Campanha da resistência
Diante de uma conjuntura tão adversa, com milhares de trabalhadores desempregados no país, e diversas empresas fechando as portas, muitas categorias foram forçadas a realizar acordos coletivos rebaixados, com perda de direitos. Ao contrário da maioria das categorias, os bancários preservaram conquistas fundamentais e arrancaram um aumento real (1,18%) que pode não parecer muito, mas é superior ao conquistado por 78% das categorias que tiveram algum ganho real. A maioria só conseguiu repor a inflação. 
O acordo específico desse ano na Caixa garante o índice de reajuste da categoria bancária e assegura direitos históricos, tais como Saúde Caixa, jornada de seis horas diárias, PLR nos moldes da categoria bancária, e a PLR social, uma conquista exclusiva dos trabalhadores da empresa. 
“Demos um grande exemplo de dignidade e participação efetiva nessa campanha salarial, mas a batalha continua, para defender o banco 100% público, em benefício não somente da categoria, mas de todo o povo brasileiro. Conseguimos fechar um acordo de resistência sob a truculência de um governo ilegítimo e golpista, mas ainda temos muito que lutar para avançar em nossos direitos”, destaca o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.