Terça, 04 Setembro 2018 15:49

Cortes ordenados por Temer foram a causa do incêndio no Museu

Os cortes gigantescos de recursos do ministério da Educação, ordenados pelo governo Temer, foram apontados pelo vice-presidente e pela diretora do Sindicato, Paulo Matileti e Rita Mota, como a principal causa do incêndio no Museu Histórico Nacional, na noite deste domingo (2/9). “Não havia sequer verba para a implantação de um sistema automático de prevenção de incêndios, o básico para preservar os 20 milhões de itens ali guardados e que, na sua maioria, foram consumidos pelas chamas”, exemplificou Rita. 
O orçamento do Ministério da Educação, em 2017, já havia sofrido um corte profundo, ficando em R$ 23,6 bilhões. Mas em 2018, foi reduzido em mais R$ 2,8 bilhões, passando a R$ 20,8 bilhões. “Isso prova como o governo Temer age com descaso com tudo que realmente é importante para a população. O incêndio não teria acontecido se os investimentos não tivessem sido criminosamente cortados. O Museu estava quase que abandonado pelo descaso do governo”, afirmou Matileti.
O Museu Nacional é a instituição científica mais antiga do país e tinha um acervo de mais de 20 milhões de itens. Entre eles, estava o crânio de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas e tesouro arqueológico nacional, além do maior meteorito já achado no país. O incêndio destruiu parte da história brasileira, além de esculturas das civilizações etrusca e egípcia, entre estas, diversas múmias, além de obras da arte, roupas do império, documentos e uma enorme biblioteca, além de estudos ainda em andamento, ligados à UFRJ.
Bancos públicos
Para ele, o mesmo se vê em todas as universidades federais, sucateadas, e nos hospitais, com pessoas morrendo nas filas porque o número de profissionais é insuficiente e não há recursos para a compra dos equipamentos. Rita lembra que todo este projeto implantado por Temer faz parte da política do Estado Mínimo, que prevê a redução brutal dos serviços públicos e das empresas públicas, como é o caso do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Ambas passam por processos de reestuturação, com fechamento de agências e unidades meio, além do fechamento de vagas. “O objetivo claro é privatizar em todas as áreas, inclusive no setor financeiro”, argumentou Matileti. 
Rita lembrou que nos serviços públicos a situação tende a se agravar ainda mais com a emenda constitucional 95, de autoria do governo Temer e aprovada pelo Congresso Nacional em 2016. Ao congelar os recursos do Orçamento da União por 20 anos, acabar torná-los mais escassos a cada ano. 

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