Segunda, 10 Setembro 2018 22:15

Resistência em tempos difíceis

Adriana Nalesso – Presidenta Sindicato dos Bancários do Rio Adriana Nalesso – Presidenta Sindicato dos Bancários do Rio

Sim, apesar de tudo, temos o que comemorar. Em tempos de Reforma Trabalhista, onde os direitos dos trabalhadores estão sendo extintos, nós bancários somos referência para outras categorias. Isso porque somos os únicos trabalhadores que conseguimos, através de negociação, fechar um acordo mantendo as cláusulas fundamentais, além de reposição da inflação e mais 1,31% de ganho real.
Os bastidores                                     da campanha
Merecíamos mais? Com certeza, mas em um cenário adverso como o que o país está passando é, de fato, uma vitória. E garantida com muito suor e determinação em horas e horas de negociação, algumas que seguiram pela madrugada. É fundamental que você conheça os bastidores dessa campanha. Começamos a negociação com praticamente 61% das cláusulas do nosso acordo de algum modo ameaçadas. De forma absurda, banqueiros queriam atingir, especialmente, os mais frágeis, como as grávidas. Foi necessário muita força e perseverança para preservar o nosso maior patrimônio: a Convenção Coletiva. 
Convenção Coletiva garantida
Somos quase 500 mil famílias em todo o país que dependem desse acordo. A nossa Convenção Coletiva foi construída ao longo de 27 anos com muita luta e determinação. Temos consciência do que cada cláusula representa para a categoria e nos orgulhamos de cada uma que conseguimos incluir nos nossos acordos. Hoje, a CCT dos Bancários tem mais direitos e está acima da lei. 
E muito de nossa capacidade de pressão vem do fato de sermos a única categoria que possui Convenção Coletiva de Trabalho nacional. Isso é, do Oiapoque ao Chuí, bancárias e bancários têm os mesmos direitos. Essa conquista, que não foi nada fácil, também nos enche de orgulho, assim como manter a mesa única de negociação em tempos de ameaça de privatização dos bancos públicos.
Unidade e resistência
Por mais que as novas leis ataquem os trabalhadores, inclusive contribuindo para debilitar a categoria, vamos resistir, manter a luta e a disposição. Para isso, a unidade das bancárias e dos bancários é fundamental. Desta forma, chegando à mesa de negociação com a categoria coesa e disposta a lutar por seus direitos, conseguimos enfrentar os bancos que se sentem empoderados com o que conquistaram no governo Temer e sua absurda Reforma Trabalhista.
Nossa negociação assegurou que, pelos próximos dois anos, tenhamos os direitos preservados, fôlego para fortalecer nossas conquistas e combater a Reforma Trabalhista. Precisamos ainda, com um debate amplo, democrático e franco, enfrentar juntos a nova realidade. Essa edição do Jornal BancáRio é para você se informar e tirar as suas dúvidas sobre o nosso Acordo.
Seguiremos atentos e firmes, sempre buscando o diálogo com a categoria. Antes de mais nada somos mulheres e homens que trabalhamos com responsabilidade e exigimos respeito.
Nosso sindicato é um espaço aberto, construído com a participação de todos e todas. Por isso, conto com você, bancária e bancário, para seguirmos juntos nesses tempos difíceis. A união e o respeito até aqui fizeram a diferença. E vão continuar fazendo. 

Adriana Nalesso – Presidenta Sindicato dos Bancários do Rio.

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