Sexta, 25 Janeiro 2019 18:30

Moro minimiza pedido do BC de excluir parentes de políticos do monitoramento do Coaf

Adriana Nalesso: “Isto é um absurdo. Por que os parentes de políticos têm que estar isentos de monitoramento?” Adriana Nalesso: “Isto é um absurdo. Por que os parentes de políticos têm que estar isentos de monitoramento?”

“É só uma consulta pública”, afirma o Ministro da Justiça que responsabilizou o governo pela decisão final

 

            Em Davos, na Suíça, o Ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro enquanto participa do Fórum Econômico Mundial junto do Presidente Jair Bolsonaro, minimizou o pedido do Banco Central em retirar a obrigatoriedade dos bancos monitorarem movimentações financeiras de parentes de políticos. A autarquia propõe ainda derrubar a exigência de que todas transações bancárias acima de R$ 10 mil sejam notificadas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

            Segundo o Ministro, a proposta do BC é apenas “uma consulta pública”. Em seguida afirmou que não é uma decisão final até que o governo se posicione.

            Para a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, essa medida deixa nítido o favorecimento que os políticos seguem tendo, blindando seus familiares do monitoramento do sistema financeiro. “É um absurdo, se todo mundo deve prestar suas contas, por que os parentes de políticos devem estar isentos? Somente uma parte da população merece tais privilégios?”, questionou a presidente. “Se eles são os representantes do povo, devem dar o exemplo, eles e seus familiares”, frisou.

            Vale lembrar que nesta quinta-feira (24), o vice-presidente, Hamilton Mourão baixou decreto que altera normas da Lei de Acesso à Informação (LAI). Documentos considerados “ultrassecretos” podem ser mantidos em sigilo por 25 anos, com chances de renovação pelo mesmo período. Essa decisão implica negativamente com a apuração de investigações jornalísticas e também atrapalha a publicação das denúncias de relatórios públicos como por exemplo do Coaf, que monitora movimentações financeiras atípicas.

 

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