Cinquenta e três agências do Banco Santander na região metropolitana de Minas Gerais foram alvos de uma fiscalização nesta quarta-feira (12), que resultou na multa de R$ 5,3 milhões referentes ao total de 1.350 atos de infração registrados dentro dos bancos inspecionados, pondo em risco os 644 bancários da região, que também sofreram com assédio moral no ambiente de trabalho e o aumento na carga horária, que resulta no aumento do número de empregados adquirindo doenças psíquicas, como depressão e síndrome do pânico.

A auditora-fiscal do trabalho, Odete Reis, coordenadora do Projeto Intervenção em Bancos e Teleatendimento, afirmou que após oitenta e uma entrevistas realizadas, 70% dos trabalhadores afirmaram sofrer ameaças de demissão caso não seja cumprida a meta de vendas, enquanto 66% consideram as metas impostas excessivas. Segundo o relatório dos auditores, “as metas, associadas às formas de cobrança por produtividade, como exposição de resultados através de rankings, murais nas agências, reuniões, mensagens, e à prorrogação habitual e frequentemente não regularmente remunerada da jornada, configuram assédio moral e geram adoecimento dos trabalhadores”.

Segundo Odete, o sistema de controle de jornada adotado por cinquenta e três agências fiscalizadas não obedecem aos requisitos legais, onde os bancários chegam a cumprir até dez horas exaustivas de trabalho diário. A auditora-fiscal informou que ainda neste mês devem acontecer mais fiscalizações em outras agências bancárias de diferentes instituições financeiras pela região.