Segunda, 17 Setembro 2018 19:23

Bancários participam de audiência pública sobre inclusão de negros na televisão

Almir Aguiar lembrou do caso da advogada negra algemada por policiais e desrespeitada por uma juíza leiga e a discriminação racial no mercado de trabalho Almir Aguiar lembrou do caso da advogada negra algemada por policiais e desrespeitada por uma juíza leiga e a discriminação racial no mercado de trabalho

A convite da procuradora Luciana Tostes, do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF-CUT), Almir Aguiar, que também é membro do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial (INSPIR), participou de uma Audiência Pública realizada na última quinta-feira, dia 13. Com o tema “Inclusão de Negros e Negras no Mercado de Trabalho nas Redes de Televisão”, o encontro, realizado no auditório do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-RJ) é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho, através do Grupo de Trabalho e Raça da Coordenadoria Nacional de Promoção à Igualdade e Combate à Discriminação (Coordigualdade) e contou com a presença de vários representantes de emissoras, trabalhadores, técnicos, artistas, jornalistas, cineastas, movimentos negros e organizações sociais.
Advogada negra discriminada
Almir lamentou o episódio ocorrido com a advogada Valéria Santos, que foi vítima de preconceito racial. “A advogada, ao questionar a juíza leiga Ethel de Vasconcelos, que negou o seu direito legal de ler a contestação em defesa de sua cliente, foi colocada ao chão, algemada por um policial, e além de ter seu direito profissional cerceado, sofreu uma situação humilhante e vexaminosa. A cena traz de volta a triste imagem de um Brasil escravocrata”, disse o sindicalista.
A procuradora Luciana Tostes, do MPT, explicou que o evento é um desdobramento das notificações enviadas às emissoras de televisão, em junho deste ano: Globo, Record e SBT. Uma das medidas cobradas das empresas é a apresentação de um censo para saber de forma precisa quantos atores negros e negras atuam nas emissoras brasileiras. Almir lembrou ainda “que a categoria bancária depois de acionar o Ministério Público do Trabalho, e de formalizar um Termo de Ajustamento de Conduta no ano de 2008, obrigou os bancos a realizar o “Censo da Diversidade”, mas que as contratações não foram suficientes. 

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