Quarta, 24 Outubro 2018 20:14

O voto no domingo decidirá sobre o seu direito à aposentadoria

Banqueiro Paulo Guedes, formulador econômico de Bolsonaro, propõe desmonte da Previdência Social e criação de capitalização privada. No Chile, proposta fez 90,9% dos benefícios caírem para a metade do salário mínimo

Capitalizar a Previdência, com a operacionalização do sistema por bancos privados é a proposta do economista e banqueiro Paulo Guedes, formulador econômico do candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Essa Previdência privada terá uma carteirinha “verde-amarela”, fora do INSS e sem encargos trabalhistas para as empresas. Guedes defende a transição para um modelo de capitalização, embora não tenha detalhado como será feito esta mudança.
“Na verdade, a proposta é um desmonte que vai quebrar a Previdência Social e tem por objetivo, fazer com que o empregador não pague sua parte na obrigação trabalhista referente ao INSS. O projeto ameaça o direito à aposentadoria dos brasileiros pois onde foi aplicado, o trabalhador perdeu. Só ganham os empresários, que não pagam a sua parte para garantir a aposentadoria dos trabalhadores e os bancos privados, que vão ganhar mais dinheiro com previdência privada”, alerta o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção.
Proposta fracassa no Chile
No Chile, o ditador e general Augusto Pinochet, adotou este mesmo modelo proposto por Paulo Guedes, em 1981. Na época, o país abandonou um modelo previdenciário parecido com o que o Brasil tem hoje, em que todos os trabalhadores de carteira assinada colaboravam com um fundo público que garantia a aposentadoria, pensão e auxílio aos cidadãos chilenos, inaugurando a privatização da Previdência. A capitalização paga aos bancos privados fica numa espécie de poupança que as instituições financeiras podem aplicar à vontade no mercado financeiro, o que coloca o dinheiro da aposentadoria em risco. Trinta e sete anos depois, porém, o país vive uma situação insustentável, em função do baixo valor recebido pelos aposentados e até idosos descobertos, sem aposentadoria.
Aumentar a idade
A proposta do candidato do PSL prevê também aumentar a idade para se aposentar. Propõe que idade mínima para se aposentar de 61 anos para homens, com 36 anos de contribuição, e 56 anos para mulher, com 31 anos de contribuição. Hoje no Brasil não há idade mínima para a aposentadoria, mas um mínimo de 30 anos de contribuição, para mulher, e 35 para homens.  
Pela fórmula 85/95, uma mulher pode se aposentar com 55 anos de idade e 30 anos de contribuição (55 + 30 = 85). No caso de um homem, ele poderia se aposentar, se tivesse, por exemplo, 60 anos de idade e 35 anos de contribuição (60 + 35 = 95).

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