Quinta, 18 Outubro 2018 16:55

Empresas pagaram milhões para disseminar fake News pelo WhatsApp em favor de Bolsonaro

Empresas teriam comprado pacotes de serviços milionários de milhares de disparos de mensagens via WhatsApp contra o PT e seu candidato, Fernando Haddad e planejam uma grande operação para a semana que antecede o segundo turno das eleições presidenciais. O esquema ilegal, que fere a legislação eleitoral, foi revelada na manchete de quinta-feira, dia 18, do jornal Folha de S.Paulo. A prática de doação de campanha feita por empresas, o que é proibido, e não declarada é considerada caixa dois, o que é crime eleitoral.

 

Contratos milionários

 

Segundo a reportagem, alguns contratos chegam a custar R$ 12 milhões. Entre as empresas compradoras está a Havan, cujo dono, Luciano Hang, coagia funcionários a votarem em Bolsonaro. A prática criminosa de Hang foi proibida pela Justiça de Santa Catarina, sob pena de multa. Em vídeo, gravado em uma de suas lojas, o empresário ameaça deixar o país e demitir 15 mil trabalhadores caso o candidato do PSL não vença a eleição presidencial.

Segundo a matéria do jornal paulista, a Havan e outras empresas compram um serviço chamado “disparo em massa”, que utiliza uma base de usuários eleitora do próprio candidato e também listas de terceiros, vendidas por agências de estratégia digital. A utilização de listas fornecidas por agências digitais também é ilegal, pois a lei eleitoral proíbe esse tipo de compra, sendo permitida somente a da lista de apoiadores da candidatura.

 

Em troca de que?

 

O jornal acrescenta que entre as agências que prestam esse tipo de serviço estão a Quickmobile, a Yacows, a Croc Services e a SMS Market. “Os preços variam de R$ 0,08 a R$ 0,12 por disparo de mensagem para a base própria do candidato e de R$ 0,30 a R$ 0,40 quando a base é fornecida pela agência”, diz um trecho da reportagem.

“As empresas estão bancando esta fortuna para espalhar notícias falsas não de forma voluntária e sem interesse. É um esquema. Em troca, os empresários sabem que um suposto governo Bolsonaro irá extinguir mais direitos dos trabalhadores, acabando de vez com a CLT”, o que interessa aos patrões”, afirma o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinicius Assumpção.

O candidato a vice do capitão da reserva, o general Hamilton Mourão, já declarou ser contra o 13º salário e o adicional de férias e o próprio Bolsonaro declarou também que, se ele ganhar, o brasileiro terá de escolher entre ter emprego ou manter direitos trabalhistas. A lógica é a mesma do governo Michel Temer (MDB). Não é à toa que o banqueiro e economista do candidato do PSL, Paulo Guedes, já anunciou que pretende manter parte da equipe econômica de Temer. É que o projeto de extinção dos direitos dos trabalhadores é o mesmo.

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