Segunda, 17 Setembro 2018 20:00

Valorização do trabalho não é problema, mas solução

Bancários conquistaram aumento real e preservaram direitos da Convenção Coletiva de Trabalho, mesmo com um governo que retira direitos e achata salários. O saldo é positivo e fruto da unidade e mobilização da categoria Bancários conquistaram aumento real e preservaram direitos da Convenção Coletiva de Trabalho, mesmo com um governo que retira direitos e achata salários. O saldo é positivo e fruto da unidade e mobilização da categoria

Os bancários conquistaram na campanha salarial deste ano todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho e ainda aumento real de salário que vale sobre todas as verbas remuneratórias e a PLR, garantindo à categoria um reajuste total de 5%, sendo 1,31% de ganho real. A conquista, uma vitória diante da conjuntura política adversa, de retirada de direitos em função da nova legislação trabalhista e de arrocho, em que a maioria dos trabalhadores teve apenas a reposição da inflação, repercute na macroeconomia do país, injetando cerca de R$ 10 bilhões no mercado até 1º de setembro de 2019. Os dados foram levantados pelo Dieese. 
O valor do trabalho
Ao contrário do que apregoam economistas e candidatos neoliberais, retirar direitos e achatar salários só aprofundam a crise econômica e impedem a recuperação do desenvolvimento do país. A Alemanha é um bom exemplo que derruba esta falácia de representantes do mercado especulativo que apregoam a cartilha liberal de onde é só o trabalhador que tem de pagar pela crise criada pelo grande capital e pelo sistema financeiro. A maior potência econômica da Europa possui o mais alto custo do trabalho no planeta e é considerada uma das economias mais competitivas do mundo capitalista. 
O Brasil também deu exemplos de que geração de emprego e renda afugentam a crise. Em 2002, o Brasil ocupava a 13ª posição no ranking global de economias medido pelo PIB em dólar, segundo dados do Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional). Chegou a ser o 6º em 2011, superando a Grã-Bretanha e a França, potências europeias. O feito brasileiro não foi um milagre, mas com o trabalhador comprando mais, o comércio vende, a indústria produz e cria-se um ciclo de desenvolvimento que fortalece o mercado interno e garante o desenvolvimento econômico. 
O golpe e o retrocesso
Com o golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Roussef (PT) e levou Michel Temer (MDB) ao poder, com apoio do PSDB e Democratas, o Brasil teve um retrocesso, com empresas fechando e trabalhadores demitidos. 
“Apesar da atual crise brasileira, a categoria preservou direitos e garantiu ganho real. Desde 2004, que os bancários têm conquistado ganho real. Com o novo acordo, o aumento acumulado até 2019 será de cerca de 23% nos salários e 44,7% no piso da categoria. Tudo resultado da unidade e da mobilização da categoria. A luta continua em não votarmos em candidatos que retiram e querem extinguir mais direitos”, explica a presidenta do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso. 

Mídia