Segunda, 15 Outubro 2018 20:02

Só o seu voto poderá barrar a Reforma da Previdência ainda no governo Temer

O banqueiro Paulo Guedes, formulador do programa de governo do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, representado pelo mercado financeiro, tem como projeto uma nova reforma da Previdência, que seria aprovada ainda no governo Michel Temer (MDB-SP). Isto explica porque Paulo Guedes confirmou que manterá parte da equipe econômica de Temer, que tem a frente do Banco Central, o executivo do Itaú, Ilan Goldfajn e Henrique Meirelles, dono do Banco Original, que estava no Ministério da Fazenda até se candidatar à presidente pelo MDB. O capitão reformado também já falou várias vezes que vai mexer na Previdência, como quer o mercado financeiro. No início deste mês, interlocutores do Palácio do Planalto chegaram a admitir à imprensa que a aprovação da reforma da Previdência em novembro, como pretendido e anunciado por Temer no final de setembro, só ocorrerá se Bolsonaro vencer a eleição.
O fim do INSS
A proposta do candidato militar prevê um modelo previdenciário de capitalização privada, o que significa colocar uma parte ou todas as contribuições de cada trabalhador ou trabalhadora no sistema financeiro, em contas individuais.
“Esse modelo, onde cada trabalhador passa a ter uma conta individual para sustentar seu benefício previdenciário, tem uma série de problemas, entre eles, a questão de que só receberá o benefício quem pagar”, explica o economista e professor da Unicamp, Eduardo Fagnani. 
Modelo fracassa no Chile
A proposta do economista de Bolsonaro não deu certo em nenhum lugar do mundo em que foi adotada. Um exemplo foi o Chile, onde a capitalização da previdência pública adotada pelo regime autoritário de Augusto Pinochet, no início da década de 1980, arruinou os trabalhadores, o que levou o governo chileno a, recentemente, ter de rever o modelo e criar uma ajuda especial para milhões de pessoas que ficaram sem aposentadoria. Além disso, nesse sistema, somente o trabalhador contribui, não há a participação do empregador nem do Estado, diferente do modelo brasileiro. 
Aproximadamente 91% dos aposentados chilenos recebem, em média, R$ 694, menos do que o salário mínimo vigente no país (288 mil pesos - R$1.575,66). É uma situação mais precária do que a brasileira, em que 68% dos aposentados ganham pelo menos o salário mínimo local, que é R$ 954.
Outro problema é o fato de que, no modelo de capitalização, o dinheiro do trabalhador é administrado pelos bancos privados, que cobram taxas de administração altíssimas e podem fazer aplicações de alto risco com o patrimônio dos trabalhadores.
“O modelo de previdência do candidato da extrema-direita é o projeto dos bancos, que querem privatizar a Previdência Social para ganhar mais dinheiro A proposta reduzirá ainda mais o valor médio dos proventos e não garante aposentadoria para todos. É preciso pensar bem para não se arrepender depois. Não podemos votar em quem vai retirar nossos diretios”, afirma Vinícius Assumpção, vice-presidente da Contraf-CUT. 

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