Segunda, 08 Outubro 2018 20:55

FIQUE DE OLHO VIVO - Maior desafio do eleitor será combater notícias falsas nas redes sociais

O primeiro turno das eleições deste ano foi marcado pela maior disseminação de fake news, mentiras e calúnias na história da democracia brasileira. 
“O índice de notícias falsas foi tão grande que quando uma informação verdadeira e negativa para a imagem de um candidato era divulgada, o eleitor não acreditava”, explica a diretora de Imprensa do Sindicato, Vera Luiza Xavier. 
O uso de notícias falsas em campanha eleitoral sempre existiu, entretanto, a velocidade da informação nos meios digitais tornou este artifício muito mais poderoso, inclusive com perfis falsos, que são robôs, criados para massificar fake news, bem como mensagens positivas de candidatos. Estes perfis são pagos pelos candidatos. 
“Hoje até a grande mídia parece preocupada em separar o que é fato ou fake, porém os donos dos grandes veículos de comunicação estão interessados em fazer o que sempre fizeram, manipular a comunicação de massa em favor de seus candidatos e de seus interesses. Por isso, é muito importante os bancários buscarem a imprensa alternativa, como o Jornal Bancário, nosso site, blogs progressistas e toda a mídia compromissada com os interesses dos trabalhadores, e não de bancos e grandes empresários, como ocorre na mídia tradicional, financiada pelo grande capital nacional e estrangeiro”, explica Vera.
Além do facebook, twitter e Instragam, o Watssapp é um dos mais poderosos instrumentos de comunicação e há muita desinformação e mentiras espalhadas com grande velocidade no mais popular aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones. 
Haddad quer protocolo ético
Passado o primeiro turno, a eleição será decidida no segundo turno entre o candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, e o capitão da reserva do Exército e deputado federal, Jair Bolsonaro (PSL), que representa a extrema-direita. Haddad se mostrou preocupado com as notícias falsas espalhadas nas redes sociais. Para combater os fake News, o petista defendeu, na última segunda-feira, 8, que os dois concorrentes assinem uma “carta de compromisso” que estabeleça um “protocolo ético”, para a abordagem da campanha dos candidatos. 
“Vamos fazer este esforço para que possamos assinar uma carta de compromisso contra a calúnia e a difamação anônima que acontecem nas redes sociais, sobretudo no WatsApp. 
Várias mentiras foram espalhadas no primeiro turno contra os candidatos Fernando Haddad e Ciro Gomes, como as fakes de que eles iriam fechar igrejas, proibir cultos e que representariam “ameaças” à liberdade religiosa. 
O economista Márcio Pochmann disse estar preocupado com as falsas notícias e que o TSE nada fez para coibir o avalanche de mentiras espalhadas nos meios digitais. 
“O método das eleições é do século passado. A Justiça eleitoral é do século passado. Ela não está apta para monitorar e coibir o que aconteceu de estranho no processo. O uso de internet para passar notícias falsas. Precisamos de uma reflexão profunda de que sociedade é essa. Precisamos rever as instituições que não dão mais conta desse problema”, disse Pochmann.
Democracia e direitos ameaçados
Defender a democracia e os direitos do trabalhador será um grande desafio para o país, que está nas mãos do eleitor neste segundo turno. Os setores mais reacionários da política, aliados aos banqueiros e ao capital especulativo internacional querem romper com a democracia com finalidade de aplicar uma agenda austera e de desconstrução do Estado de bem-estar social e extinção de mais direitos, como 13º salário e adicional de férias, explica o economista. “Há um risco de quebra da democracia com uma vitória da extrema-direita que validaria o golpe de 2016. Sairíamos do neoliberalismo para um hiper neoliberalismo. A destruição do Estado está presente na candidatura do Bolsonaro. Agora, precisamos de uma agenda civilizatória e democrática contra a barbárie que se aproxima”, alerta, referindo-se a agenda de retirada de direitos e privatizações do candidato que tem como formulador do programa de governo do militar, o banqueiro e economista Paulo Guedes, fundador do Banco Pactual e dono de uma instituição financeira que faz parte do grupo Bozzano Investimentos. O deputado federal Jair Bolsonaro votou a favor de projetos contra o trabalhador, como a PEC 95, que congela por 20 anos, investimentos em saúde, educação e segurança pública e a reforma trabalhista e a terceirização irrestrita, impostas pelo governo Michel Temer. 

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