Os funcionários do Banco do Brasil que trabalham no prédio de 42 andares da Senador Dantas vão ficar sem a segurança necessária. É que a administração predial, para cortar custos, decidiu demitir os ascensoristas dos 14 elevadores do imóvel. Terceirizados, eles estão cumprindo o período de aviso prévio. Ao fim deste mês, os funcionários do banco estarão entregues à própria sorte, passando a não contar mais com pessoal qualificado para lidar com situações de pane das máquinas.
A decisão de demitir os ascensoristas contraria leis estaduais e municipais que exigem a presença destes profissionais nos elevadores. A Lei Municipal 1.626, de 17 de outubro de 1990, “torna obrigatória a presença” destes trabalhadores “no interior de elevadores em prédios comerciais e mistos, mesmo em elevadores automatizados”. A explicação da Lei é que devido ao grande número de pessoas nesses locais, as ocorrências de incidentes são constantes. Os casos vão desde uma simples retenção e inacessibilidade até a abertura de portas sem a presença do profissional no andar.
Também a Lei Estadual 1.847, de 2 de julho de 1991, dispõe sobre a obrigatoriedade da estada de ascensoristas. O seu artigo 1º não deixa dúvidas: “Fica obrigada a presença de ascensoristas em todos os elevadores instalados em prédios não residenciais durante horário em que estiverem em serviço”. Para a diretora do Sindicato e da Comissão de Empresa dos Funcionários, Rita Mota, além da falta de segurança, a demissão em massa tem outro lado nocivo, ao jogar na rua dezenas de pais de família, numa conjuntura recessiva. “E faz isto justamente no mês em que se comemora o Dia do Ascensorista (30 de setembro). Um presente às avessas”, lembra a dirigente.