Segunda, 11 Setembro 2017 00:00

Acordo de dois anos garante 2,75% de reajuste para todos os bancários

INPC de setembro de 2016 a agosto de 2017, ficou em 1,73%, segundo dados divulgados pelo IBGE. Categoria é uma das poucas que obteve aumento real

O acordo de dois anos firmado na campanha nacional de 2016 entre os bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) foi uma medida acertada diante da pior conjuntura política de ataques aos direitos dos trabalhadores em toda a história.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última quarta-feira (6) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de agosto. A variação no mês foi negativa de - 0,03%. Com isso, o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 1,73%. O reajuste da categoria bancária será de 2,75%. Desde 2004, os bancários conquistam aumento real de salários.
“Pode não parecer muito conquistar 1% de aumento real. Mas diante de um governo que arrocha salários e não quer repor sequer a inflação para os servidores públicos e funcionários de estatais, o acordo bianual pode ser considerado uma vitória após 31 dias de uma das maiores greves dos últimos anos”, avalia a presidenta do Sindicato Adriana Nalesso. Para 2017, o reajuste vai repor integralmente a inflação (INPC/IBGE) e garantir mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas.
Os números confirmam que o acordo bianual foi a melhor estratégia. Entre 300 categorias 30 tiveram reajustes abaixo da inflação, 91 conseguiram apenas a reposição do INPC, 107 conquistaram 0,5% acima da inflação e 38 categorias garantiram entre 0,51% e 1% acima da inflação, entre elas, a categoria bancária. Os números fazem parte de um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“Muitos sindicatos de outras categorias reconhecem hoje que nossa estratégia foi muito positiva e querem saber como construímos o nosso acordo”, explica o vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Paulo Matileti.
Outros avanços
Outro avanço do acordo de 2016 foi a criação dos Centros de Realocação e Requalificação Profissional, previstos na cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria. Com esta medida, em vez de demitir funcionários, os bancos vão requalificar os bancários e realocá-los em outros postos ou unidades de trabalho. O direito foi acrescentado na Convenção Coletiva de Trabalho.
“A defesa do emprego é uma de nossas prioridades na campanha nacional deste ano. Queremos que os bancos respondam positivamente ao Termo de Compromisso que entregamos à Fenaban, com 21 itens para proteção do emprego, de direitos históricos e para impedir os impactos nocivos das novas regras de relação de trabalho a partir da aprovação da Reforma Trabalhista e da ampliação da terceirização”, acrescenta Adriana Nalesso.

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