Quarta, 02 Mai 2018 15:53

Geraldo Pereira, exemplo de talento na música brasileira, é relembrado em ano centenário

Compositor que marcou época nas décadas de 40 e 50 deixou relíquias que inspira diversos artistas até nos dias atuais Compositor que marcou época nas décadas de 40 e 50 deixou relíquias que inspira diversos artistas até nos dias atuais

Geraldo Theodoro Pereira, um gênio que viveu apenas 37 anos, mas deixou grande legado na música brasileira. Mineiro de origem, veio para o Rio de Janeiro ainda criança, e durante as décadas de 40 e 50 viveu intensamente a malandragem carioca, compondo sambas.

Morando nos arredores do morro da Mangueira, Zona Norte, ainda criança aprendeu a tocar violão, e no mesmo local, passou a integrar um grupo de “cantos”. Já compondo, o artista cresceu, passando a ter contato direto com outros músicos, e criou projetos artísticos, ganhando notoriedade no ramo musical. Sua primeira composição “Se você sair chorando” fez sucesso no carnaval de 1940.

De acordo com biógrafos, Geraldo compôs ao todo 77 músicas. Conforme seu “padrinho” Cyro Monteiro, que afirmou no arquivo Depoimentos para a Posteridade, em 1970, que seu diferencial era a qualidade única de suas letras e melodias.

Suas canções ecoaram em décadas passadas, como, “Falsa Baiana” (1944) e “Quando ela samba” (1942), serviram de inspiração para sambistas e compositores, por exemplo, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Elza Soares, Chico Buarque e Gilberto Gil, entre outros. Sua obra influenciou diretamente na fixação do subgênero do samba, o “Sincopado”.

No dia 8 de maio de 1955, aos 37 anos, Geraldo foi morto após uma briga dentro de um bar com o histórico Madame Satã, na qual se agravou em poucos dias, mesmo sendo socorrido no hospital.

Gênios como Geraldo Pereira representam a força, criatividade e talento da população brasileira, que dentro de suas diversas crônicas, “Que maravilha seria do Brasil se a todos fossem oferecidas condições aceitáveis de moradia, saúde e educação! ”, nos permitem refletir como o Rio de Janeiro antigo ainda é tão semelhante ao atual. 48 anos após sua morte, um filme baseado em sua bibliografia “O rei do samba”, de José Sette e Gerson Rocha foi uma das suas merecidas e honrosas homenagens.

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