Quarta, 02 Mai 2018 16:18

Em Minas Gerais, Caixa toma mais de mil imóveis em três meses por atraso

Número representa um crescimento de 40% em relação ao mesmo período de 2017. Falta de sensibilidade dos bancos é uma das principais críticas Número representa um crescimento de 40% em relação ao mesmo período de 2017. Falta de sensibilidade dos bancos é uma das principais críticas

No primeiro trimestre do ano, a Caixa Econômica Federal já tomou de volta 1.089 imóveis por falta de pagamento, somente no estado de Minas Gerais. O levantamento realizado pela Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG) confirma que a frequência de casos similares cresceu 40% comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram tomadas 773 casas.

O presidente da AMMMG, Silvio Saldanha, explica que o banco pode tomar o imóvel a partir de três parcelas em atraso. “Não interessa o tempo que você pagou. Se atrasar três ou mais parcelas, o banco faz a cobrança através do cartório de registro. O mutuário recebe uma notificação para pagar em 15 dias. Se a pessoa já está com dificuldade de pagar negociando com o banco, imagina ter que levantar todo o dinheiro nesse prazo”, destaca.

Na avaliação do especialista, falta mais flexibilidade por parte dos bancos. “Dar crédito é muito fácil, mantê-lo é que é difícil. As instituições poderiam prorrogar os prazos ou fazer incorporação das parcelas. Claro que nem todos os inadimplentes agem de boa fé, mas com certeza a grande maioria não deve porque quer”, diz.

Por outro lado, a estatal afirma que tenta renegociar, disponibilizando a regulamentação de prestações atrasadas, através da alteração na data de pagamento, permitindo ajustar o prazo da parcela com a data de pagamento. Para quem está em dia, mas também está enfrentando dificuldades financeiras, a Caixa destaca que existe a opção de dar uma pausa de 12 meses. Para isso, o cliente tem que ter quitado no mínimo 24 parcelas, e a dívida não pode ser superior a 80% do preço do imóvel. O valor dessa pausa será somado às prestações remanescentes do contrato, sem mudança do prazo. “Em atenção aos clientes, antes e durante o processo de execução, a Caixa busca a renegociação por meio de empresas de telecobrança, agências de cobrança, envio de SMS, e-mails e boletos, que, mediante pagamento, viabilizam a renegociação”, diz a Caixa, por nota.

Mídia