Quarta, 02 Mai 2018 19:39

Temer amplia desmonte, através do “Programa Eficiência”

Na primeira reunião da mesa de negociação permanente, no último dia 24, um dos principais temas tratados pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) com os representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) foi o modelo de desmonte do banco, que a diretoria chama de “Programa Eficiência”. Este processo pode afetar áreas estratégicas da CEF, sobretudo os programas sociais, de habitação e FGTS. 
Os representantes do banco negaram que se trate de uma nova reestruturação, mas de um processo de realinhamento com prioridade na eficiência e “melhoria de processos e pessoas”. Negaram, também, que vá haver cortes de funções ou prejuízos aos empregados. Para o integrante da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Ricardo Maggi, diretor da Fetraf-RJ/ES, que participou do encontro, a diretoria da CEF tenta uma forma de driblar o acordo coletivo específico.
“Lembramos que, segundo o acordo aditivo, reestruturações têm que ser levadas à mesa de negociação. Mas a Caixa está dando outro nome ao boi para burlar esta cláusula. Nossa preocupação é que, mais uma vez, o governo e a direção do banco se utilizem de medidas de reestruturação para atacar os direitos do funcionalismo e reduzir o número de empregados”, alertou. Segundo informações oficiais, o último Programa de Desligamento Extraordinário resultou no corte de 1.300 postos de trabalho, deixando 86.334 empregados. As consequências são a precarização do atendimento, a sobrecarga de trabalho e adoecimento que ela provoca.
Mais ataques
Outro duro ataque foi a redefinição de funções gerenciais, que a Caixa chama de ‘verticalização’, e que mudou o modelo de segmentação dos clientes. Todos os gerentes passaram a ser designados como gerentes de atendimento negocial (GAN), inclusive os que atendiam à pessoa física e à área social. O foco passou a ser a captação de clientes de alta renda e venda de produtos, seguindo um modelo típico de banco privado, abandonando o atendimento à população. 
CEE cobra soluções para o Saúde Caixa
Os problemas do Saúde Caixa ocuparam boa parte da reunião. A qualidade do atendimento caiu de tal maneira que o plano ficou em 1º lugar em reclamações junto à Agência Nacional de Saúde (ANS), com 8,69 ocorrências por dez mil usuários, muito acima da média do segmento, de 2,78/10.000. O movimento sindical reivindica que a alçada de atuação dos comitês de credenciamento e descredenciamento seja ampliada, para que possam atuar também na fiscalização do atendimento ao usuário. 

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