Quarta, 02 Mai 2018 19:40

Bancos impedem crescimento econômico e geração de empregos

A FACE DO GOVERNO TEMER – O desemprego levou mais de 30 mil pessoas ao estádio  do Engenhão em busca de uma das 5 mil vagas de emprego oferecidas num mutirão  feito por várias empresas. Trabalhadores madrugaram na fila A FACE DO GOVERNO TEMER – O desemprego levou mais de 30 mil pessoas ao estádio do Engenhão em busca de uma das 5 mil vagas de emprego oferecidas num mutirão feito por várias empresas. Trabalhadores madrugaram na fila

O Brasil patina na crise, mas quem paga a conta é sempre o trabalhador. Com uma política econômica baseada no “rentismo”  privilegiando especuladores e banqueiros, os bancos continuam faturando bilhões, com lucros que não param de crescer. Itaú Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal fecharam 2017 com 78,5% do mercado de crédito. A situação é ainda mais desalentadora ao saber que a economia do país está nas mãos de dois banqueiros: Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda e dono do banco virtual Original e Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, que é sócio do Itaú Unibanco. 
A concentração no setor se agrava ainda mais, com a política do governo Temer de esvaziamento das instituições públicas e do avanço do setor privado na fatia mais lucrativa do mercado. As quatro maiores instituições financeiras (Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander lucraram R$57,63 bilhões em 2017, uma alta de 14,6% em relação ao ano de 2016 (R$50,29 bi). 
“Os banqueiros falam muito em livre iniciativa e criticam o monopólio estatal, mas o sistema financeiro nacional possui a maior concentração do mundo. É preciso democratizar o setor e cobrar responsabilidade social. Para isso, é fundamental o fortalecimento dos bancos públicos”, afirma a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso. 
Juros desonestos
O resultado não poderia ser pior para o consumidor. Os juros no cheque especial, por exemplo, chegam a 526,13% ao ano. O mais absurdo é que são justamente as maiores instituições financeiras que cobram as taxas mais altas. 
No cartão de crédito, as taxas são de cerca de 334,5%. Os donos de lojas de departamentos viram nas financeiras um meio mais fácil de ganhar dinheiro. Os cartões destes estabelecimentos chegam a cobrar 875% de juros ao ano. Entre elas, a Riachuelo, de propriedade do empresário Flávio Rocha, que apesar de acumular riqueza à custa de juros escorchantes, ainda quer ser candidato à Presidência do Brasil em 2020. 
“Todos perdem com esta política econômica: o setor produtivo e principalmente os trabalhadores. Não há como garantir o salto para o desenvolvimento econômico e social sustentável e o pleno emprego com este modelo que atende apenas aos interesses do capital especulativo, cujo dinheiro que não fica no país e não gera emprego e nem renda para os brasileiros”, critica o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti. 

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