Segunda, 07 Mai 2018 19:19

Bancos batem novos recordes em lucros, demissões e tarifas

Nos primeiros noventa dias do ano, os cinco maiores bancos do país tiveram um crescimento absurdo em seus lucros, ao mesmo tempo em que a crise se agrava em toda a economia com sérias consequências para a população. Só os cinco maiores - Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e Banco do Brasil - levaram R$ 77,4 bilhões para os seus cofres, segundo matéria do Jornal do Brasil, graças à demissão de milhares de bancários, fechamento de agências em prejuízo dos clientes, altas taxas de juros e aumento de tarifas.
A estratégia utilizada é simples: alavancar os resultados, via corte de gastos através de demissões. Além das dispensas em massa, fecham agências, ocasionando sobrecarga de trabalho e piorando o atendimento prestado aos clientes, empurrados para o autoatendimento, onde trabalham de graça para os bancos fazendo o trabalho que antes era exercido pelos bancários. Como se não bastasse, ainda têm que pagar mais por isto. No primeiro trimestre as tarifas cobradas aumentaram 12,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Lucro sem limites
Como exemplo, o maior banco do país, o Itaú, obteve só com as tarifas de conta corrente R$ 1,8 bilhão apenas no primeiro trimestre, R$ 168 milhões (10,1%) a mais que no mesmo período de 2017. Já as cobranças pelo uso de cartões de crédito renderam R$ 3,1 bilhões, um aumento de 6,5% em relação ao ano passado. Já o Bradesco, no mesmo período registrou R$ 1,7 bilhão com tarifas de conta corrente, um aumento de 9,2%. 
A matéria constata o que o Sindicato vem denunciando: apesar destes números altíssimos e surpreendentes, os bancos não param de demitir. “Fecham, em média, mil postos de trabalho por ano. Entre janeiro e março de 2018 foram eliminados 2.226 empregos, informou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No ano passado foram 14.080 vagas a menos em todo o país, uma diminuição de 16.306 empregos nos últimos 15 meses. O número de agências também diminuiu. Em 2017 o saldo foi de menos 1.314 agência no país”. 
Outro corte na folha é feito através da intensificação da rotatividade de mão de obras, somada à contratação de novos bancários com salários menores. Com este artifício, a média salarial diminuiu 38,7%. Segundo o Dieese, no primeiro trimestre a média salarial dos dispensados era de R$ 6.614, enquanto a dos novos R$ 4.053. 

Mídia