A política de demissões em massa nos bancos continua a eliminar postos de trabalho. O setor mais lucrativo do país extinguiu 2.245 postos de trabalho em todo o país de janeiro a agosto de 2018. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Ao todo, foram 19.715 admissões e 21.960 demissões no período. 
Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil foram responsáveis pelo fechamento de 1.363 postos no período. A Caixa eliminou 1.020 vagas de janeiro a agosto. Juntos, o cartel dos cinco maiores bancos emprega cerca de 90% dos bancários no país e lucraram, somente no primeiro semestre de 2018, R$ 41,9 bilhões, um crescimento de 17,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mulheres discriminadas
Um dos problemas mais graves que revelam a discriminação de gênero no Brasil é a média salarial, onde as mulheres que ocupam a mesma função, ganham salários inferiores ao que recebem os homens. No sistema financeiro, esta anomalia é evidente: as 9.466 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e agosto de 2018 receberam, em média, R$ 3.551. Esse valor corresponde a 72% da remuneração média recebida pelos 10.249 homens (R$ 4.917) contratados no mesmo período. A diferença de remuneração entre homens e mulheres também é verificada nas demissões. As 10.953 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 5.529, o que representou 75% da remuneração média dos 11.007 homens (R$ 7.400) desligados dos bancos.
“É inadmissível que o setor mais lucrativo, no momento em que o setor produtivo e os trabalhadores sofrem com a crise econômica, continuem demitindo para aumentar ainda mais os lucros. A discriminação às mulheres é outro dado absurdo. Não dá para aceitar que, em pleno século vinte e um, bancárias na mesma função e com escolaridade igual ou mesmo superior ao do homem, ganhem menos. A igualdade de oportunidades é uma reivindicação que vamos perseguir até que esta situação mude”, disse a presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso. 
Rotatividade
De janeiro a agosto, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 4.261, enquanto os desligados tinham remuneração média de R$ 6.467. Ou seja, os admitidos entram ganhando 66% do que recebiam os demitidos. 
Os bancos continuam concentrando suas contratações nas faixas etárias até 29 anos, em especial entre 18 e 24 anos. Foram criadas, de janeiro a junho, 7.337 vagas para trabalhadores até 29 anos. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo (ao todo, menos 9.582 postos), com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 4.660 postos no período.