Terça, 15 Mai 2018 17:41

Petroleiros aprovam greve contra privatização da Petrobras

Os petroleiros – trabalhadores da Petrobras – estão aprovando em assembleias em todo o país, o indicativo de greve por tempo indeterminado contra a privatização da empresa, em protesto contra a venda de seus ativos e a prisão do ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva. A Petrobras vem sendo submetida ao maior desmonte da história da empresa, iniciado depois do golpe de Estado de 2016, que derrubou a ex-presidente Dilma Roussef (PT) e colocou em seu lugar Michel Temer (PMDB).

Até esta segunda-feira (14), 12 dos 13 sindicatos da Federação Única dos Petroleiros (FUP), já haviam aprovado a greve – o que equivale a 98% da categoria. Apenas o Rio Grande do Norte ainda terá assembleias ao longo da semana. A data de início da greve será definida pela FUP. Nas assembleias, a categoria também está aprovando um manifesto em defesa da soberania, pela democracia e contra a prisão política de Lula, o presidente que mais investiu na companhia, segundo os petroleiros.

Na quinta-feira, 17, a FUP e seus sindicatos realizam uma reunião do Conselho Deliberativo da entidade, no Rio de Janeiro, para avaliar o quadro nacional das assembleias. No encontro serão definidos os próximos passos para a construção da greve.

Entrega às multinacionais

Desde que assumiu a presidência da Petrobras, indicado pelo governo golpista de Temer, Pedro Parente já entregou para grupos estrangeiros mais de 30 ativos estratégicos, como os campos do pré-sal, sondas de produção, redes de gasodutos, distribuidoras de gás, termoelétricas e usinas de biocombustíveis. Agora, prepara-se para atacar as refinarias. Cerca de 3.700 trabalhadores serão afetados de imediato com a venda de 60% de quatro refinarias: Repar (PR), Abreu e Lima (PE), RLAM (BA) e Refap (RS). O pacote fechado inclui ainda 24 dutos e 12 terminais.

A ampla adesão à greve e ao manifesto em defesa do ex-presidente Lula mostram que a categoria está disposta a lutar contra a privatização, o desmonte, o risco de desemprego e reconhece que a Petrobras viveu uma era de grandes avanços nos governos do PT. “Lá no começo dos anos 2000, Lula chegou com um projeto nacionalista para o Brasil, o que incluía a valorização da Petrobras. E, nessa época, já vimos grandes concursos, o foco no conteúdo nacional, grandes obras, tudo o que gerou empregos diretos e indiretos, distribuição de renda, fez girar a economia e trouxe desenvolvimento para o país”, diz o diretor de Saúde, Meio-Ambiente e Segurança (SMS) da FUP, Alexandro Guilherme Jorge.

Para os trabalhadores da Petrobras, a prisão de Lula representa um dos capítulos do golpe que, segundo o dirigente da FUP, tem uma relação direta com a entrega da maior riqueza do Brasil, o petróleo, para o capital estrangeiro. A privatização não entrega apenas as riquezas naturais para o capital internacional, mas também os empregos de milhares de trabalhadores e trabalhadoras da maior estatal brasileira e uma das maiores do mundo para profissionais de outros países.

Fonte: CUT Nacional. Matéria de André Accarini.

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