Quarta, 16 Mai 2018 19:15

Santander demite apesar do lucro astronômico em 2017

Os diretores Marcos Vicente, Arnaldo Malaquias e Adriano Garcia vão manter a fiscalização nas agências, no combate ao trabalho precário Os diretores Marcos Vicente, Arnaldo Malaquias e Adriano Garcia vão manter a fiscalização nas agências, no combate ao trabalho precário

O Santander demite, apesar de ter obtido o melhor resultado financeiro em 2017, comparado com anos anteriores. No Brasil, o banco lucrou cerca de R$10 bilhões, o que corresponde a 26% do resultado global no mesmo período. Com as demissões, funcionários e clientes sofrem os efeitos da precarização – sobrecarga de trabalho e queda na qualidade do atendimento. O ranking de reclamações elaborado pelo Banco Central não deixa dúvida sobre este aspecto da realidade dentro do banco, com ênfase nas dispensas na área operacional.
Intimidação
Há algum tempo, o banco iludiu os funcionários com a criação do cargo de agente comercial. Sob o argumento de que a nova função seria uma promoção e um crescimento na carreira, o banco induziu muitos caixas a aderirem ao novo cargo. “Melhor dizendo, em vez de indução foi uma intimidação”, disse o diretor do Sindicato Marcos Vicente, complementando que os sindicatos foram contrários à criação desse cargo. “Entendíamos que o banco queria, na verdade, era acumular funções e não deu outra: pouco tempo depois de criar o cargo de agente comercial, o Santander passou a demitir os assistentes comerciais. Como se não bastasse, ainda demitiu uma expressiva quantidade de caixas”, contou o sindicalista.
Flagrante
Mesmo com a destacada posição no ranking de reclamações, o Santander voltou a demitir no Rio, aumentando o transtorno nas agências sempre lotadas e com funcionários a menos. Os diretores do Sindicato Marcos Vicente, Adriano Garcia e Arnaldo Malaquias flagraram, recentemente, três agências com apenas um caixa cada uma para atender aos clientes. Eles vão continuar esse trabalho de fiscalização nos próximos dias. Os bancários e bancárias podem denunciar a realidade de suas agências. O Sindicato manterá o sigilo.
Mais exploração
O banco se aproveita da reforma trabalhista e do desrespeito aos funcionários. Trabalhadores do Call Centre Vila Santander Carioca estão sendo obrigados a permanecer nas dependências do banco por até 9 horas, sendo uma de almoço, para treinamento em demandas de cartões. Os assistentes do setor de conta corrente são, na verdade, da função “faz tudo”. Atendem a quase todos os segmentos e ainda vendem produtos. “Tudo isso, segundo denúncia que o Sindicato recebeu. Agora, os funcionários estão sendo agraciados com mais essa atribuição, tudo com tempo cronometrado, e o pior, sem receber nada a mais por isso”, registra a sindicalista Fátima Guimarães. Vale lembrar que eles são funcionários de 6 horas, com 20 minutos de almoço, sem autorização para fazer horas extras. São obrigados a aderir ao banco de horas, que amplia para até 6 meses a compensação de horas, com o aval do setor jurídico do banco.

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