Quarta, 26 Setembro 2018 19:59

Temer abre brecha para privatização da Caixa, às vésperas da eleição

Às vésperas da votação do primeiro turno da eleição presidencial, o governo Temer arma mais um golpe. Em mais um passo para a privatização da Caixa Econômica Federal, aprova mudança no estatuto da estatal 100% públlica, permitindo que diretorias da área de controle (Jurídica, Auditoria e Corregedoria) sejam ocupadas por não concursados. A alteração, tramada na surdina, ocorreu em 17 de setembro. Mas para vigorar, precisa ser aprovada em assembleia geral do banco, ainda sem data marcada.
Apenas Maria Rita Serrano, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração, votou contra a medida. A poucos dias das eleições, tudo evidencia uma corrida contra o tempo para fazer mudanças que, no próximo governo, dificultem a manutenção da Caixa 100% pública. “A desculpa é dar eficiência à Caixa, mas o que na verdade pretende o governo Temer é, num momento de transição, promover mais uma intervenção para privatizar a gestão da empresa”, denunciou o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.
Em documento, a Fenae também denunciou a verdadeira intenção do governo federal: ”A mudança, abre espaço para indicações político-partidárias e para o aparelhamento do banco. Em agosto, outra decisão absurda: a escolha de vice-presidentes em processo seletivo externo, por uma consultoria privada. Trata-se da destruição da carreira dos bancários e bancárias. A categoria possui qualificação acima da média do mercado. Ainda assim, são desvalorizados e jogados na incerteza do que vem pela frente”.
Matileti alertou sobre a importância da mobilização do funcionalismo em defesa da Caixa 100% pública, inclusive votando nas próximas eleições, em candidatos que defendam projetos de interesses dos trabalhadores e do país. “Se os cargos dos altos escalões da empresa estão sendo entregues aos profissionais do mercado sem a prestação de concurso público, temos nesse momento eleitoral, através do voto, que promover mudanças na Presidência da República, no Senado e na Câmara, para afastar de vez essas práticas entreguistas”, enfatizou. 

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