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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
Centenas de pessoas foram dar o adeus final à cantora Preta Gil. O velório da artista foi no Theatro Municipal, no Centro do Rio de Janeiro. Desde cedo, antes do horário previsto para o início da cerimônia, marcada para as 9 horas, muitos fãs aguardavam na fila em frente ao teatro.
Preta Gil morreu no domingo (20) aos 50 anos, por complicações de um câncer de intestino. O velório público foi até às 13 horas. Depois, o corpo seguiu em cortejo em um carro do Corpo de Bombeiros. Passou pelas ruas do recém-criado Circuito de Carnaval de Rua Preta Gil, no Centro, e seguiu para o Crematório da Penitência, no Caju.
Luta contra o machismo e o racismo – Por coincidência, a mulher que além de cantar, lutava contra o machismo, o racismo e pela igualdade entre gêneros, foi homenageada pelos fãs no Dia Internacional da Mulher Latino-Americana e Caribenha, 25 de julho. A data reafirma a luta contra o racismo estrutural e o machismo que ainda atravessam a vida das mulheres negras no Brasil e nas Américas.
O cortejo passou em frente à sede do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, na Avenida Presidente Vargas, por volta das 16 horas. Nas calçadas muita gente saiu do trabalho para assistir a passagem do corpo da cantora, pelas ruas que compõem o recém-criado Circuito de Carnaval de Rua Preta Gil, no Centro da cidade. Depois seguiu até o Cemitério da Penitência, no Caju, onde foi cremada.
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a criação do circuito como forma de homenagear a cantora e empresária, que comandava um dos maiores blocos de carnaval de rua da cidade, o Bloco da Preta, que desfilava no Centro e chegou a reunir mais de 750 mil pessoas.
José Ferreira, presidente do Sindicato, falou sobre a perda da cantora. “Era uma voz potente na música, mas também na luta por uma sociedade mais justa e sem preconceitos. Preta Gil contestou os estereótipos de beleza impostos pela indústria e a sociedade, tendo inspirado muitas mulheres a superarem os medos e preconceitos e fazerem o mesmo. Impossível não lembrar de sua permanente defesa das liberdades e do amor em todas as suas formas”, afirmou. E acrescentou: “Sua arte e suas lutas permanecerão em nós e Preta estará sempre presente”, frisou.
O que dizem os fãs – Na fila para o velório, muitos fãs falavam sobre a artista, muito popular, e sobre o seu pai, Gilberto Gil. A comerciante Isabela Prudente era uma das primeiras da fila. “Eu estou muito triste com essa perda. A Preta me representa: a mulher gorda, Preta, lgbt… ela representa a alegria do carnaval, a mulher que resiste, a mulher forte… Da mesma forma que eu acordava cedo pra ir pro bloco dela, pra comemorar a vida dela, hoje eu venho aqui pra prestar a minha última homenagem”, disse.
Para homenagear a cantora “da forma que ela merece” Isabela se juntou a outras fãs e passou boa parte da espera cantando a música ‘Sinais de fogo’, grande sucesso da cantora. A empregada doméstica Tereza Marques dos Santos, de 80 anos, também fazia parte do grupo. Ela chegou às 6h15 para garantir que conseguiria se despedir de Preta.
“Ela e o pai dela sempre trouxeram alegria para o Brasil todo com as músicas deles. E a partir das músicas, nós começamos a gostar da Preta. Eu peço a Deus que dê força para a família dela, para os pais, para o filho dela, para a netinha e que ela siga o caminho dela em paz e descanse”
*Com informações da Agência Brasil.