Segunda, 21 Mai 2018 00:00

Unidade para defender a democracia, os direitos, emprego e a Convenção Coletiva

Um total de 448 delegados, além de parlamentares e convidados, participaram da  20ª Conferência Interestadual, realizada em Três Rios, na sexta-feira e sábado, dias 18 e 19 de maio Um total de 448 delegados, além de parlamentares e convidados, participaram da 20ª Conferência Interestadual, realizada em Três Rios, na sexta-feira e sábado, dias 18 e 19 de maio

Os bancários e bancárias da base do Rio de Janeiro e Espírito Santo realizaram neste sábado, dia 19, em Três Rios, os debates e estratégias de organização de luta para a campanha nacional da categoria. A unidade da categoria e a mesa única de negociação continuam sendo estratégias de luta fundamentais para os bancários. Entretanto, diante da conjuntura mais adversa para os trabalhadores nas últimas décadas, a busca por garantia do emprego e melhores condições de vida e de trabalho com aumento real de salários, na avaliação dos sindicalistas, não poderá se restringir à mesa de negociação.
“Não estão em risco apenas nossos direitos da CLT e da Convenção Coletiva de Trabalho, mas também a estrutura de organização de luta dos trabalhadores, que sofre com a retirada  de recursos para a sobrevivência das entidades sindicais”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção. Na avaliação do sindicalista o país sofreu em dois anos do golpe que levou Temer à presidência da República, um retrocesso de 20 anos, disse parodiando o slogan publicitário do atual governo, que foi suspenso devido às críticas e deboches que tomaram as redes sociais.
“O Brasil, que se tornou referência no combate à miséria com Lula e Dilma retornou ao Mapa da Fome com Temer”, acrescentou. Para Vinícius, o movimento sindical precisa repensar as estratégias de organização de luta.
“Temos que fortalecer a mobilização criando a unidade dos trabalhadores do macro setor de serviços, unificando datas-bases e as categorias, como bancários, trabalhadores dos transportes e comerciários”, concluiu.
Além da negociação
O diretor do Sindicato do Rio, Ronald Carvalhosa, compartilha da ideia.
“Se limitarmos nossa campanha nacional às mesas de negociações seremos derrotados porque com a reforma trabalhista os banqueiros podem tudo”, disse.
Para Carvalhosa, a insegurança jurídica e política criada pelas novas regras trabalhistas não atinge apenas os trabalhadores, mas também os patrões.
“Precisamos refletir sobre a causa de a reforma trabalhista ainda não ter sido implementada de uma forma mais pesada nos bancos. Certamente não é porque os banqueiros são bonzinhos. Há insegurança jurídica e política em relação às reformas e também política. Os patrões não sabem no que vai dar esta eleição de 2018, por isso temos de fazer o debate político”, destacou.
Diálogo com a categoria
A presidenta reeleita do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso, defendeu a ampliação do diálogo com a categoria.
“É fundamental nesta conjuntura ampliar o diálogo com a categoria para fazer o debate do processo político e desta conjuntura tão adversa. Muitos bancários ainda não tomaram conhecimento de que poderemos perder ou ter alterados mais de 60% dos direitos e conquistas de nossa convenção coletiva (40 das 72 cláusulas), a partir do dia 31 de agosto, quando acaba o acordo de dois anos”, ressaltou.
A Conferência Interestadual, que contou com a presença de 448 delegados e parlamentares, entre eles o deputado estadual do Rio de Janeiro, Gilberto Palmares (PT) e o vereador petista Reimont Luiz, elegeu chapa única com os delegados que vão para a 20ª Conferência Nacional dos Bancários, dias 9 e 10 de junho, em São Paulo.
Outro consenso no encontro foi a defesa da restauração da democracia, com a liberdade e o direito do ex-presidente Lula ser candidato à presidência da República. A todo momento os participantes entoavam o lema “Lula livre! Fora Temer!”

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