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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou na quarta-feira (9) que vai fazer uma greve de fome após avançar o relatório que defende a cassação de seu mandato.
Por trás desta ação está uma tropa de parlamentares marcada por fisiologismo, lobbys de interesses privados e acusações de corrupção na farta distribuição de emendas parlamentares liderada pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).
Glauber é uma voz corajosa em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e contra a corrupção.
"Não vou ser derrotado pelo Arthur Lira (PP-AL) e pelo orçamento secreto", disse Glauber, em entrevista à imprensa.
Lira, ex-presidente da Câmara dos Deputados, já foi condenado pela Justiça Alagoana por improbidade administrativa em 2012.
A Polícia Federal já ouviu deputados em investigação sobre uma suposta manobra de Arthur Lira para liberar R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares. O STF (Supremo Tribunal Federal), através do ministro Flávio Dino, tem exigido do Congresso Nacional mais transparência na distribuição e aplicação dessas emendas.
A luta de Glauber
Na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados foram 13 votos pela cassação e cinco contra. Não houve abstenções.
O processo foi movido pelo argumento de quebra de decoro parlamentar.
Glauber anunciou que não vai se alimentar até o final do processo e vai permanecer nas dependências da Câmara. Ele anunciou nesta quinta-feira (10) que já está 30 horas sem comer.
"Vou permanecer nessa sala, no Congresso, até a finalização desse processo. Estou o dia inteiro de jejum e, a partir de agora, não vou me alimentar. Vou aguardar a decisão irrevogável. Vou permanecer aqui nesse plenário.
Quem quiser chamar de greve de fome, chame como queira", acrescentou o parlamentar.
O silêncio de Motta
Chama a atenção no caso, o silêncio e omissão do presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos/PB).
A líder do PSOL, Taliria Petrone (RJ), ligou seis vezes para Motta. O presidente da Câmara não atendeu as chamadas.
A ordem do dia só foi iniciada após as 19h, quando já estava tomada a decisão contra Braga.
Cabem recursos
Ainda cabem recursos para a defesa de Glauber. Ele ainda pode recorrer na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
O parlamentar do PSOL confirmou que vai recorrer com a ajuda de seus advogados.
Se o colegiado rejeitar seu recurso, o caso será analisado pelo plenário, onde a decisão pode ser definitiva.
Sindicato repudia cassação
O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro José Ferreira, que em novembro do ano passado participou de um ato em defesa do mandato de Glauber e contra a cassação do parlamentar, no Circo Voador, na Lapa, voltou a criticar o processo de cassação do deputado psolista.
"O mandato de Glauber Braga tem sido um aliado dos trabalhadores e por isso seguimos na defesa da democracia e contra o absurdo que é a tentativa de retirada do seu mandato", destaca José Ferreira.