Terça, 08 Abril 2025 18:20

Bancárias e Fenaban aderem à carta pela Igualdade no trabalho

Cerimônia de divulgação do 3º Relatório de Transparência Salarial: categoria reafirma compromisso pelo fim da desigualdade de gênero no país. Foto cedida pela Contraf-CUT. Cerimônia de divulgação do 3º Relatório de Transparência Salarial: categoria reafirma compromisso pelo fim da desigualdade de gênero no país. Foto cedida pela Contraf-CUT.

Olyntho Contente*

Imprensa SeebRio

O Ministério das Mulheres lançou nesta segunda-feira (7), em Brasília, o 3º Relatório de Transparência Salarial, produzido em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Para avançar em estratégias de combate desigualdade salarial entre mulheres e homens, o governo federal lançou, também, na mesma cerimônia, o Guia para Negociações Coletivas e a carta pública “Eu Apoio o Movimento pela Igualdade no Trabalho”.

O Guia (clique aqui para acessá-lo) tem reflexões sobre a discrepância salarial e de oportunidade entre homens e mulheres, no ambiente de trabalho, e orienta sindicatos e empregadores na construção de estratégias à igualdade. “Os espaços de negociação coletiva são importantes e definidores para alcançarmos a igualdade salarial. A lei, em si, sozinha, não é o bastante, precisamos desse conjunto de instrumentos”, destacou a secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados, Rosane Silva, sobre a proposta.

Participação bancária – "A desigualdade salarial entre mulheres e homens persiste porque é necessário que haja mudanças estruturais em nossa sociedade, desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores", ressaltou a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

A coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, assinou a carta em nome da categoria. "O Comando representa 450 mil trabalhadores na negociação coletiva dos trabalhadores com os bancos. E, neste âmbito, temos a mesa permanente Igualdade de Oportunidades, que completa 23 anos, onde discutimos como dirimir as desigualdades salariais entre homens e mulheres, entre negros e não negros, como resolver as questões ligadas à qualquer tipo de discriminação", explicou a dirigente, que também aderiu ao manifesto em nome do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Categoria na luta por igualdade – "Entre os avanços desses 23 anos estão a produção de censos da categoria, junto ao Dieese e com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que tem como objetivo isso que o Relatório de Transparência faz: a partir dos dados, reconhecer problemas que são levados às mesas de negociações para acabar com as desigualdades", completou Neiva.

A Fenaban, a partir do seu representante de negociações, Adauto Duarte, também assinou o documento. “Assumimos esse compromisso não de apoio a uma causa, mas a um movimento, porque são várias as mãos que devem estar na mesma direção para que a gente consiga avançar”, destacou.

Durante o evento, a categoria bancária ressaltou conquistas recentes, incluídas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), em favor da igualdade de gênero no mundo laboral, como a concessão de bolsas de estudos para mulheres se desenvolverem na área da tecnologia da informação (TI), o setor que tem ganhado mais espaço dentre dos bancos.

Igualdade é necessidade social e econômica – Na carta pública “Eu Apoio o Movimento pela Igualdade no Trabalho”, por sua vez, os ministérios expuseram o cenário da desigualdade de gênero em várias camadas da sociedade e o reflexo disso para a economia: “Segundo um estudo do Banco Mundial, se as mulheres tivessem as mesmas oportunidades que os homens no mercado de trabalho, o Produto Interno Bruto (PIB) global poderia crescer mais de 20%. Na mesma linha, um outro estudo da Organização Internacional do Trabalho demonstra que o Brasil poderia expandir a economia em 382 bilhões de reais se implementasse políticas moderadas de igualdade de gênero. Esse valor seria duplicado com igualdade plena!”, diz trecho do documento.

A secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes, completou que o Guia para Negociação Coletiva tem papel fundamental para que o movimento sindical seja reconhecido, na sociedade, como entidade necessária à manutenção de conquistas e para avanços em novos direitos da classe trabalhadora. Fernanda também reforçou a importância do “Movimento pela Igualdade no Trabalho” e a adesão à carta pelos bancos: “Nosso principal interesse é o fim das desigualdades, é a justiça salarial entre homens e mulheres, negros e negras, e o fim da discriminação. Então, aqui nós registramos esse passo dado pelos bancos como mais uma conquista nossa e, diante dessa assinatura, como movimento sindical estamos atentos para que os bancos, de fato, cumpram e se tornem referência no compromisso da paridade salarial de gênero e sem distinção racial”, completou.

 

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