O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo é celebrado no dia 2 de abril. A data foi criada pela ONU em 2007 e instituída no Brasil em 2018 e é uma oportunidade para a reflexão sobre uma maior inclusão dos trabalhadores autistas nas empresas.
É esta a ação do Coletivo Caixa Autista, dos empregados e empregadas da Caixa Econômica Federal.
“Nosso objetivo é fortalecer a inclusão, promover a conscientização sobre o autismo no ambiente corporativo e garantir que todos tenham voz e apoio necessários para crescer profissionalmente em um ambiente que valorize suas singularidades. Juntos, buscamos construir uma comunidade onde o respeito às diferenças e a valorização de cada talento sejam prioridades”, argumentou a bancária da Caixa, Larissa Argenta Ferreira Melo, que é autista, em carta dirigida aos sindicatos e associações da categoria.

Da teoria à ação

Na carta, Larissa afirma que há ainda “um longo caminho a percorrer para que a inclusão vá além do discurso e se torne prática efetiva” nas empresas.
O texto destaca também que a Caixa como “uma das maiores instituições financeiras do país e principal parceria estratégica do Brasil na execução de políticas públicas de inclusão, tem a oportunidade de liderar este movimento”.

Dificuldades enfrentadas

A bancária fala ainda das dificuldades enfrentadas pelos autistas na estatal em função do preconceito, que inclui a violência psicológica e denuncia também a “falta de compreensão sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e ausência de adaptações adequadas” no ambiente de trabalho, resultando em dificuldades para a ascensão profissional e nos processos seletivos. Ela defende um ambiente de trabalho verdadeiramente “acolhedor, inclusivo e produtivo”, cobrando providências da Caixa.
“O acolhimento e apoio para a inclusão de pessoas autistas precisa ser uma ação de toda a sociedade e o movimento sindical precisa fortalecer a luta pelos direitos destas companheiras e companheiros criando uma cultura organizacional para garantir a diversidade e a neurodiversidade em estatais e empresas públicas. É o caso da Caixa, que precisa ser a vanguarda deste movimento, que tem de acontecer também em empresas privadas”, avalia o diretor executivo da Secretaria de Política Sociais do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Robson Santos.