Sábado, 05 Abril 2025 08:45

Funcionários do Itaú cobram melhorias no GERA e reajuste da PCR

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu com a direção do banco para cobrar melhorias no programa GERA e, durante o encontro, rejeitou a proposta do Itaú para o reajuste da PCR (Participação Complementar nos Resultados).
Durante a reunião, o banco informou que já está implementando melhorias no canal “Fale com o GERA". Segundo os representantes do Itaú, cerca de 100 agências registram queixas mensalmente.
A COE questionou o fato de as metas trimestrais estarem sendo cobradas mensalmente, com pontuação elevada, sempre acima de 1.000 pontos.

Cobrança abusiva

A COE denunciou também ao banco o ranqueamento, a exposição de funcionários em alguns locais e a gestão do programa GERA de forma assediadora e criticou também a punição no Sistema de Qualidade de Vendas (SQV), em que um funcionário punido em uma agência e posteriormente transferido, carrega essa punição para o novo gestor e unidade.
Além disso, os sindicalistas questionaram a ausência de remuneração dos ANs no segmento empresas em relação ao GERA, o impacto da transferência de funcionários e a mudança de porte das agências nas metas.

Descomissionamento

Outro tema importante abordado foi o crescente número de bancários rebaixados de cargo. Segundo a COE, em diversas regiões, gerentes estão sendo descomissionados para o cargo de Assistente de Negócios (AN), com jornada de seis horas.
Os bancários rejeitaram a proposta para a PCR imediatamente, argumentando que o reajuste precisa valorizar os trabalhadores, até pelo crescimento dos lucros do banco. Só em 2024, o Itaú lucrou R$ 41,8 bilhões, muito à custa do adoecimento da categoria em função das metas.

Aspecto positivo

Uma nova reunião será agendada para os funcionários apresentem novamente suas reivindicações sobre a PCR. O movimento sindical avalia que, por um aspecto pelo menos, a reunião foi positiva, pois os bancários conseguiram debater os problemas e preocupações dos funcionários com o objetivo de encontrar soluções para os problemas no banco.
A diretora do Sindicato do Rio de Janeiro e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Maria Izabel, que participou da negociação, apontou o aspecto positivo destas negociações.
"A reabertura das negociações sobre o programa GERA é por conta das melhorias que a gente tem condições de conseguir e o Itaú de atender aos funcionários. O banco implementa as metas, tem as regras institucionais, porém essas regras muitas vezes não são seguidas pelos seus gestores, eles querem ser 'mais realistas que o rei' e implementam as suas próprias regras. Então, o programa que passou a ter alguns acertos acaba sendo ruim", disse a dirigente sindical.
"Por isso é muito importante este canal em que são transmitidas as insatisfações dos bancários e é possível também saber onde estes gestores estão errando. E sob este aspecto, estas reuniões são muito positivas na busca de soluções para as demandas do funcionalismo", completou Izabel.

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