Quinta, 03 Abril 2025 17:11
CAIXA

Sindicato elogia uso de R$50 milhões de multas por crimes ambientais para recuperação de florestas

Projeto é viabilizado através de um fundo criado a partir das autuações do Ibama
A Caixa Econômica Federal vai utilizar dinheiro de um fundo criado a partir das multas aplicadas pelo Ibama para recuperação florestas na Amazônia A Caixa Econômica Federal vai utilizar dinheiro de um fundo criado a partir das multas aplicadas pelo Ibama para recuperação florestas na Amazônia Foto: Ibama/Divulgação

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

A Caixa Econômica Federal, através de um acordo de cooperação técnico firmado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), anunciou na terça-feira, 1⁰ de abril, que irá disponibilizar R$ 50 milhões para o Programa Nacional de Florestas Produtivas.

O objetivo é conceder recursos para garantir assistência técnica e extensão rural às famílias que atuarão na cadeia produtiva agroalimentar sustentável.

Recuperação das florestas 

Em entrevista à Revista Isto É, o ministro Paulo Teixeira disse que a ideia é capacitar as famílias produtoras de alimentos na Amazônia para recuperar a floresta com espécies produtivas e garantir sustentabilidade ambiental e econômica.

“Se você plantar açaí, cacau, dendê, cupuaçu, maracajá tem um resultado dez vezes melhor que o da soja. Se puder fazer florestas e reflorestar, a árvore de pé terá papel muito mais vantajoso economicamente do que a árvore cortada”, explicou.

Acordos com universidades 

De acordo com o ministro, também serão firmados acordos com universidades públicas para que mais agricultores e agricultoras familiares de assentamentos da reforma agrária e de territórios de povos e comunidades tradicionais possam já estar em processo de recuperação da cobertura verde de seus territórios até novembro deste ano, quando o Brasil vai receber a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

“Nós não queremos chegar à COP30 e fazer uma promessa para o futuro, nós queremos fazer uma entrega”, explicou. 

O acordo faz parte da segunda série de editais do Programa Florestas Produtivas, lançado em julho de 2024 junto com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A iniciativa é uma das frentes do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que traça a rota estratégica para a recuperação de 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030.

Origem dos recursos 

Os recursos têm origem no Fundo Socioambiental Caixa (FSA CAIXA), criado em 2010 para apoiar projetos e investimentos de caráter social e ambiental vinculados ao desenvolvimento sustentável.

O presidente da Caixa, Carlos Vieira, explicou que o dinheiro utilizado no projeto é deste fundo proveniente das multas aplicadas aos agressores do meio ambiente pelos órgãos fiscalizadores. 

Durante a cerimônia de assinatura do acordo, a Caixa firmou protocolo de intenções com o MMA para estruturar programas, projetos, ações e outras iniciativas de promoção de políticas ambientais e climáticas.

Iniciativa inteligente 

A diretora executiva do Meio Ambiente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Cida Cruz, elogiou a iniciativa. 

"Acho uma maneira inteligente utilizar dinheiro das multas de quem comete crimes ambientais em favor do próprio meio ambiente e no combate aos efeitos da crise climática", afirmou a dirigente sindical. 

"Ao contrário do que vimos em relação a bancos públicos, inclusive o Banco do Brasil, que foram autuados por conceder crédito à quem promove o desmatamento do cerrado, na contramão das necessidades para proteção do Planeta e da vida, a Caixa dá um bom exemplo de uso do dinheiro público em defesa da causa ambiental", completou Cida.

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