Quarta, 26 Setembro 2018 20:52

Voto NÃO, impede golpe contra direitos dos participantes da Cassi

A votação sobre a proposta do Banco do Brasil para alterar, sem negociar, o estatuto da Cassi, teve início na última segunda-feira (24/9). A consulta vai até 5 de outubro. A Contraf-CUT, os sindicatos e a esmagadora maioria das entidades de ativos e aposentados do BB têm defendido o voto NÃO. 
Alertam para todos os riscos que estão por trás dessa tentativa – que o banco quer impor às vésperas da eleição presidencial – de aprovar “a toque de caixa” uma proposta que em nada garante a sustentabilidade da Cassi e modifica conceitos e direitos muito caros aos associados.
Algumas pontos merecem ser levantados para esclarecer questões nebulosas. Entre os mais importantes estão: 
1 – Por que a pressa em se adequar à resolução CGPAR 23, que tem quatro anos para ser implementada? A Caixa Econômica Federal, por exemplo, no último acordo coletivo, já deixou essa discussão para 2021. É importante lembrar que “coincidentemente”, a votação do estatuto se encerra no último dia útil antes das eleições.
2 – A conta fica só para os funcionários. A proposta é aumentar a contribuição dos associados para 4% e ainda cobrar por dependentes, enquanto o banco ficaria só com 4,5% já pagos hoje E não vai ter contrapartida para os dependentes dos aposentados. 
3 – Cria o “genérico do genérico”, ou seja, aumenta a segmentação do corpo funcional. Além da diferença de cobrança para os aposentados, os novos funcionários simplesmente não terão direito à Cassi. Passam a existir os funcionários com plano de saúde e os sem plano. 
4 – Nunca se viu um assédio como o que vêm sofrendo os funcionários da ativa e aposentados. Reuniões contínuas dos gestores nas agências, mensagens diárias por e-mails e por SMS e terminais de autoatendimento simulando valores. O diretor do Sindicato, Alexandre Batista, funcionário do BB há 32 anos, diz que gostaria muito de ver todo esse empenho tecnológico da campanha aplicado pelo BB nos controles da Cassi. Afinal, a área de tecnologia é de responsabilidade do banco.


Proposta dos trabalhadores entregue ao BB visa à sustentabilidade

Representante do Rio de Janeiro e Espirito Santo na Comissão de Empresa do BB, Rita Mota destaca que a proposta para a sustentabilidade da Cassi – entregue pela Contraf-CUT na mesa de negociação e ignorada pelo banco – busca garantir a manutenção de direitos e a cobertura para funcionários da ativa, aposentados e dependentes. 
Preserva, ainda, o princípio da solidariedade, segundo o qual os associados contribuem de forma proporcional ao salário, independentemente da idade ou condição de saúde. Defende a manutenção da Cassi sob o comando dos representantes dos associados, sendo gerida de forma paritária, entre outros pontos.
Quanto à questão financeira, o documento propõe uma receita operacional nova de R$ 862,5 milhões/ano – o que representa R$ 4,3 bilhões entre 2019 e 2023 – para reequilibrar liquidez e margem de solvência, fazer os investimentos necessários e ampliar o modelo assistencial. 
Essa verba viria de um aditivo ao Memorando de Entendimentos, definindo 1,5% para o corpo social, que corresponderia a R$ 345 milhões para os associados ao ano, ou seja, R$ 1,725 bilhão de 2019 a 2023; e 1,5 vezes esse valor a ser pago pelo banco, representando R$ 517 milhões ao ano, o que dá R$ 2,587 bilhões no mesmo período. Essa alteração sustenta a mesma metodologia contábil e legal que o banco construiu em 2016, inclusive dentro dos parâmetros da CVM 695, e deixa de lado a CGPAR 23, que o banco quer impor aos associados. Para garantir a sustentabilidade financeira do plano de saúde, também é necessária a expansão da Estratégia Saúde da Família (ESF) com foco na atenção básica, prevenção de doenças e acompanhamento de doentes crônicos.  
Por tudo isso, Rita destaca a urgência de votar de forma categórica CONTRA essa mudança do estatuto da Cassi. Desta forma garantiremos a oportunidade de avaliar as inúmeras propostas das mais diversas entidades, para que a Cassi tenha o que ela nos proporciona: saúde.

 

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