Segunda, 02 Outubro 2017 00:00

Unidade e luta são armas essenciais para bancários enfrentarem ataques ao emprego

Os planos de desligamento que os grandes bancos lançaram, em 2017, têm forte impacto no emprego com grande disparidade salarial entre os novos admitidos e os desligados. Na verdade, não é de hoje que a rotatividade da força de trabalho nos bancos figura como um instrumento da redução dos salários na categoria. No período de janeiro de 2016 a agosto de 2017, acentua-se a intenção dos bancos de reduzir empregos e salários. Desde janeiro de 2016 a agosto de 2017, houve 2.838 cortes de postos de trabalho no Rio – 1.489 admissões para 4.327 desligamentos.
Corte de postos
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) analisou dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), mostrando que os bancos fecharam 1.123 postos de trabalho, de janeiro a agosto de 2017, no Rio. Os salários dos admitidos variaram de 52% a 79% em relação à remuneração dos demitidos.
“Com as novas regras de contratação permitidas pela reforma trabalhista, que começa a valer a partir de novembro, a situação poderá se tornar ainda pior. É necessário a unidade e a mobilização da categoria para enfrentarmos este grande desafio que é a proteção do emprego e a garantia de nossos direitos”, disse o diretor do Sindicato Marcelo Pereira.
Redução salarial
Como exemplo, o mês de janeiro deste ano. Os 94 bancários e bancários admitidos receberam salários de R$3.563,63, contra os R$5.811,54 dos 199 que foram demitidos. Além de cortarem 105 postos, os bancos remuneraram os novos funcionários à base de 61,3% dos salários dos dispensados, ou seja, uma redução de 38,7%. Convém observar que em agosto de 2016, quando foram admitidos 69 bancários para 172 demitidos, os salários dos que entraram foram 14,7% acima da remuneração dos que saíram. Mas em dezembro de 2016, quando houve 489 demissões, e 64 admissões, os salários para quem entrou representaram 32,2% dos de quem saiu, ou seja, uma absurda queda de 67,8% nos ganhos salariais anteriores às demissões. De R$9.901,51 passaram a R$3.192,84.
Os bancos
A análise por setor de atividade econômica revela que, em agosto de 2017, os bancos múltiplos com carteira comercial – Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil - foram responsáveis pelo fechamento de 219 postos (saldo negativo de 167). A Caixa Econômica, por sua vez, foi responsável pelo fechamento de 104 postos no Rio com apenas uma admissão no mês.
As funções
Em agosto deste ano, os escriturários sofreram maior número de demissões (119). Coincidentemente, apresentaram a pior relação salarial, entre os admitidos e os demitidos (27,2%). Entre os gerentes, com maiores ganhos, houve grande número de dispensas, com poucas ou nenhuma admissão.

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