Terça, 03 Outubro 2017 00:00

‘Temer está vendendo o país porque não tem competência’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi a grande estrela do ato de encerramento do Dia Nacional em Defesa da Soberania Nacional e Contra as Privatizações, que aconteceu nesta terça-feira (3/10), à tarde, na Avenida Chile, próximo aos prédios da Petrobras, BNDES, Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Do alto de um caminhão de som, Lula afirmou que não é possível ter um país independente e soberano, abdicando da Petrobras, do BNDES, da Caixa, do BB, da Eletrobras e da Casa da Moeda, empresas públicas que o governo Temer quer privatizar.

“Este governo está vendendo tudo porque não tem competência para administrar o país”, afirmou. Lembrou que assim como os bancos públicos, a Petrobras é um instrumento de desenvolvimento econômico e social. E exemplificou: “Com a Petrobras, no meu governo, atingimos a autossuficiência na produção de petróleo, investindo pesadamente em tecnologia, possibilitando a extração de petróleo onde diziam que era impossível e caro, no pré-sal, aumentando, ainda, a produção naval nacional, criando milhares de empregos e gerando royalties para investir na educação”.

Diálogo com a sociedade

Antes de Lula, discursaram vários oradores, representando diversos setores do movimento social. O presidente nacional da CUT, Wagner Freitas, disse ser este um momento importante: o de enfrentar a direita golpista e seu projeto entreguista. “É o momento de dialogarmos com a sociedade e perguntarmos se ela está satisfeita com a realidade de acirramento da crise econômica e social. Um momento de apresentarmos soluções alternativas que só virão com um governo dos trabalhadores, um governo que revogue todas as medidas deste governo golpista, como as reformas e os ataques às estatais”, defendeu.

A presidenta do Sindicato, Adriana Nalesso, falou sobre a importância da participação dos bancários do BB e da Caixa no dia de protesto, além de diversas outras categorias de empresas públicas. “Para nós, bancários, este debate sobre a privatização dos bancos públicos tem de ser levado a toda a sociedade. A Caixa, por exemplo, detém hoje 70% de todo o crédito habitacional no país, atendendo, especialmente, a famílias de baixa renda. Nenhum banco privado vai conceder crédito mais barato para quem mais precisa”, constatou. Para a sindicalista, este é um debate sobre a cidadania, o direito que têm os cidadãos aos benefícios gerados pelas empresas públicas. “Hoje demos no Rio de Janeiro, uma demonstração de que o povo brasileiro não foge à luta”, afirmou.

João Paulo Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Frente Brasil Popular, disse que é hora da população ir às ruas e, no campo, ocupar terras para impedir o governo de privatizar as estatais e defender o ex-presidente Lula dos ataques da Lava-Jato. Joselino Andrioli, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), acusou o capital internacional de querer abortar o projeto de nação brasileira, comprando o patrimônio nacional, acrescentando que só a população pode impedir que isto aconteça. “Nossa soberania está ameaçada com o projeto deste governo de entregar a Caixa, o BB, a Petrobras e Eletrobras, nossas águas, florestas e demais riquezas naturais”, alertou.

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