Sexta, 06 Outubro 2017 00:00

HÁ 50 ANOS - O dia em que os EUA assassinaram Che Guevara

Neste domingo, dia 8 de outubro, completam 50 anos da morte do guerrilheiro argentino Che Guevara. O herói socialista foi executado pelo ditador René Barrientos, seguindo ordens dos EUA, após ser preso numa aldeia distante a 250km de La Paz, na Bolívia. Prender Guevara era pouco para o império capitalista. Era preciso matá-lo e apresentá-lo como troféu nas mãos de um militar ditador, sob o risco do mito vivo continuar a liderar movimentos revolucionários em toda a América Latina, o maior temor da Casa Branca.

O Sargento Mario Terán desferiu uma rajada fatal de tiros de metralhadora. Che morreu aos 39 anos e deixou 5 filhos. Mas a morte não matou o mito. Ao contrário. A clássica imagem do guerrilheiro argentino virou ícone popular no mundo inteiro, especialmente entre os mais jovens, tornando-o um símbolo da resistência ao sistema capitalista e a utopia de um mundo igualitário e fraterno.

Aos filhos, Guevara deixou uma carta que reafirmava o seu eterno compromisso com os ideais revolucionários. No fundo, ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, sua vida poderia acabar sendo entregue como mártir da causa ideológica, apesar de seu imenso desejo de rever a família:

“Seu pai foi um homem que agiu de acordo com suas próprias crenças e sem dúvida foi fiel às suas convicções. Cresçam como bons revolucionários. Estudem muito. Acima de tudo, procurem sentir profundamente qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Até sempre, filhinhos. Ainda espero vê-los de novo. Um beijo grande de verdade e um abraço apertado do seu papa.”

A nação que diz defender a democracia, a liberdade e os direitos humanos nunca tolerou lideranças políticas que se opõem aos seus interesses e domínios. Guevara era um deles. A CIA, centro de inteligência da Casa Branca, deu a ordem para executar o herói cubano. Mas não conseguiu matar o ideal revolucionário que resiste em Cuba e inspira jovens de vanguarda do mundo inteiro. Em tempos tenebrosos e tão reacionários, é preciso brindar vidas que deixaram marcos na causa da soberania e da emancipação dos povos da América Latina e de todo o mundo e manter acesa a chama da indignação. Viva Che Guevara!

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