Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro realizou nesta quarta-feira (4), três plenárias através do aplicativo Zoom. O objetivo foi debater e prestar esclarecimentos à categoria antes da realização das assembleias que vão deliberar sobre as propostas da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

A votação, que começou às 20h da mesma quarta (4) e vai até às 20h de quinta-feira (5), acontece de forma virtual, pela plataforma VotaBem, para garantir uma maior participação de bancárias e bancários, sindicalizados ou não.

 

Tirando as duvidas

 

Na plenária sobre a mesa única da Fenaban, o presidente do Sindicato José Ferreira, abriu a reunião explicando que sua participação seria alternada nas três plenárias.

“O objetivo destas plenárias é o de tirar dúvidas dos bancários e bancárias para que, a partir das 20h, a categoria possa acessar o aplicativo VotaBem, que estará disponível no Po-up do site do Sindicato, para a votação na assembleia.

O advogado do Departamento Jurídico do Sindicato, Márcio Cordeiro ficou de plantão nas plenárias para prestar assessoria jurídica aos participantes.

A diretora da entidade, Cleyde Magno fez a leitura do edital das assembleias, publicado na edição do Jornal Bancário desta semana.

 

Dificuldades nas negociações

 

O vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Vinícius de Assumpção, relatou as dificuldades para a mobilização dos trabalhadores, com as novas tecnologias e a ampliação do trabalho remoto que dificulta o acesso dos sindicatos à sua categoria, e a dureza dos bancos nas mesas de negociação, considerando o avanço na proposta dos bancos como a superação de grandes desafios.

 

“A proposta da Fenaban prevê um reajuste de 4,64%, incluído aumento real de 0,7%, que repercute nos tíquetes refeição e alimentação e demais verbas remuneratórios. Pela primeira vez, os bancos aceitaram incluir explicitamente a expressão ‘assédio moral’, em função das metas, o que mostra que a Fenaban já admite o problema e isto é uma reivindicação histórica da categoria”, disse Vinícius, ressaltando alguns avanços importantes nas negociações.

“A Fenaban tentou dividir a categoria, o que revertemos, e conquistamos a igualdade salarial e de direitos de gênero, que foi parte do processo negocial e as questão das novas tecnologias na qual conseguimos três mil bolsas para mulheres, pessoas trans e PcDs”, acrescentou, citando ainda o abono de ausência para as pessoas com deficiência trocarem suas próteses, a criação do comitê de crise para proteger bancários em situação de calamidades como exemplos de novas conquistas.

“Tivemos um processo muito duro, com a Fenaban tentando nos dividir e só tivemos uma proposta econômica na nona mesa, com os bancos tentando retirar direitos, com proposta abaixo da inflação e escalonamento por faixa salarial. Mesmo assim, preservamos a nossa unidade e a maior Convenção Coletiva nacional do Brasil”, completou, lembrando que o Comando Nacional e o Sindicato orientam pela aprovação da proposta.

 

Transformações no setor

 

Mesmo com uma forte gripe, a presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro), Adriana Nalesso, saiu do hospital e ainda assim participou dos eventos virtuais que antecederam a votação nas assembleias.

“Vivemos um momento de grandes transformações no sistema financeiro, e os bancos têm usado as tecnologias para precarizar o trabalho e dificultar a organização sindical”, explicou.

Adriana criticou ainda a reforma trabalhista do governo Temer, que além de precarizar as condições de trabalho, acabou com a ultratividade, que garantia os direitos do acordo vigente para os trabalhadores até a assinatura de um novo acordo. 

Em seguida, a plenária contou com defesas e posições contrárias de dirigentes sindicais à proposta da Fenaban.

Nenhum dos participantes da base teve dúvidas sobre a proposta, o que confirma que a categoria esta bem informada do processo de negociações e dos itens da proposta dos bancos, amplamente divulgados pelo Jornal Bancário, bem como o site e as redes sociais do Sindicato.