Quarta, 28 Agosto 2024 19:21
EXIGIMOS RESPEITO

Fenaban tenta dividir e desvalorizar a categoria bancária e Comando rejeita propostas

Bancos insistem em negar aumento real e querem criar faixas salariais que resultam em mais perdas. Sindicatos vão intensificar a mobilização
O Comando Nacional rejeitou a proposta feita pela Fenaban nesta quarta-feira (28), que nega aumento real, divide a categoria e traz perdas e prejuízos O Comando Nacional rejeitou a proposta feita pela Fenaban nesta quarta-feira (28), que nega aumento real, divide a categoria e traz perdas e prejuízos Foto: Contraf-CUT

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Foi encerrada na tarde desta quarta-feira, 28 de agosto, mais uma rodada de negociações do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), realizada em São Paulo. 

A proposta apresentada no Dia do Bancário soou como um "presente de grego" dos bancos para a categoria: além de negar aumento real cria faixas salariais que dividem a categoria e resultam em mais prejuízos para quem, de fato, produz os lucros bilionários do sistema financeiro. 

"A proposta é péssima, divide a categoria. Além disso, prejudica o pagamento da PLR, que seria antecipada apenas em novembro e também sem ganho real", destacou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. 

Só sabem dizer não 

Os dirigentes sindicais criticaram ainda o fato de os bancos não atenderem também, as demais reivindicações da categoria, como um aumento maior nos tíquetes refeição e alimentação e melhorias na PLR. 

"A proposta econômica é mais uma tentativa de dividir e desvalorizar a nossa categoria. Os bancos propõem um reajuste escalonado que não atende às nossas reivindicações e, pior, ignora o aumento real que tanto lutamos para conquistar", disse o presidente do Sindicato do Rio e membro do Comando, José Ferreira. 

Na avaliação do movimento sindical, além de não garantir nenhum aumento real e escalonar faixas salariais, o que os bancos apresentaram desrespeita a data-base de 1º de setembro. 

"Estão tentando impor um reajuste que, na prática, apenas empurra a inflação para diferentes momentos do ano, deixando grande parte dos bancários sem a devida recomposição salarial no momento certo", acrescentou Juvandia. 

"Deixamos claro para a Fenaban que o que estamos exigindo é simples e justo, a valorização do trabalho dos bancários", destacou José Ferreira. 

O Comando avisou na mesa que não abre mão do aumento real para todos os bancários e bancárias e exige respeito com a data-base da categoria, com reajuste aplicado integralmente a partir de 1º de setembro e rejeitou integralmente a proposta. 

"Não aceitamos propostas que fragmentam a nossa categoria e nos deixam ainda mais vulneráveis", completou Ferreira. 

Mais mobilização 

O Comando Nacional orientou os sindicatos a intensificarem ainda mais a mobilização nacional. "Vamos continuar pressionando nas negociações, que seguem até sexta-feira (30) e manter a unidade para garantir que nossos direitos sejam respeitados. A estratégia de retardamentos nas unidades bancárias até o meio-dia continua e devemos usar esse tempo para esclarecer nossos colegas sobre a situação crítica que estamos enfrentando e que só a nossa resposta, com pressão e mobilização nos locais de trabalhos nas redes sociais poderá garantir avanços concretos nas propostas dos bancos. Somente unidos vamos conseguir conquistar um acordo justo. Contamos com o apoio de cada bancário e bancária", completou o presidente do Sindicato do Rio. 

Dinheiro tem de sobra 

O que toda a sociedade brasileira já sabe é que o setor financeiro é o mais lucrativo do país. Portanto, dinheiro os bancos têm de sobra para atender às reivindicações da categoria. 

Em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões no país, já descontado os impostos. 

No primeiro semestre de 2024 o lucro dos cinco maiores bancos foi de R$ 60 bilhões, aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. 

No Brasil, os bancos têm rendimento médio de 15% ao ano acima da inflação. 

A título de comparação, os bancos dos Estados Unidos têm rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha 10% e na Inglaterra 9%.. 

As receitas representam 10 vezes as despesas que os bancos têm no país com pagamento de pessoal. 

Nova mesa na quinta 

As negociações com a Fenaban serão retomadas nesta quinta-feira (29), a partir das 10h30. 

Além disso, amanhã também terão negociações do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, a partir do meio-dia.

As assembleias seguem marcadas para a próxima quarta-feira, dia 4 de setembro. 

Confira na tabela abaixo o escalonamento das faixas salariais oferecidas pela Fenaban que divide e traz mais prejuízos para a categoria.

 

 

 

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