Segunda, 19 Agosto 2024 16:59

Caixa apresenta algumas propostas, mas negociação precisa avançar

Próxima negociação será nesta quinta-feira (22), em Brasília
Rogério Campanate (D), representante do Rio na CEE,  fala durante a negociação com a Caixa. Rogério Campanate (D), representante do Rio na CEE, fala durante a negociação com a Caixa.

O movimento sindical avaliou como positiva a sinalização da direção da Caixa Econômica na negociação para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho, realizada na quarta-feira passada, dia 14 de setembro. No entanto, os sindicatos esperam avanços concretos na reunião desta quinta-feira (22).

Saúde do trabalhador – A CEE-Caixa (Comissão Executiva dos Empregados) voltou a cobrar que a empresa revise o seu Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e desenvolva, com recursos próprios e com a participação das entidades sindicais, por meio do GT Saúde, campanhas para zelar e promover a saúde e a qualidade de vida do conjunto de seus empregados e através da reativação dos Fóruns Regionais de Condições de Trabalho. A Caixa disse que, em atendimento ao movimento sindical, está fazendo esta revisão e que tem realizado muitas ações de promoção à saúde, pedindo que o movimento sindical ajude a ampliar a participação dos empregados nos programas implementados e nos cuidados com a própria saúde. O banco disse também que está reestruturando as equipes internas de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e está aberto a discutir sobre o tema.
Os sindicatos concordam que há a necessidade de maior participação dos empregados nestes programas do banco, mas que isso não exclui a responsabilidade da Caixa com relação à saúde dos empregados.

Teto de gastos – A respeito do Teto de Gastos, o diretor do Sindicato do Rio, da Federa-RJ e membro da CEE-Caixa, Rogério Campanate disse que “a Caixa poderia aproveitar, já que vai promover uma mudança em seu estatuto, para retirar o teto de gastos com a saúde de seus empregados”. A mudança que a Caixa fará, também importante, é de garantir que sua diretoria e vice-presidência sejam compostas por, pelo menos, 30% de mulheres.

Igualdade de oportunidades - Além da inclusão no estatuto da cota mínima de 30% de mulheres nos cargos de comando, a Caixa disse que vai incluir esta regulamentação também no Acordo Coletivo de Trabalho, garantindo a participação das entidades sindicais de forma representativa, restando apenas definir a redação da cláusula, para que ela não impeça a criação de novos eixos temáticos conforme for ocorrendo alterações no perfil do quadro de pessoal.
Com relação à ampliação das pessoas nos cargos de chefia das unidades, a meta é que até 2028 a chefia das unidades seja composta por 45% de mulheres e 27% de pessoas pretas, pardas ou indígenas.

PSI e diversidade – Os empregados sugeriram que haja diversidade na composição da banca do Processo Seletivo Interno, como forma de combater preconceito e discriminação, barreiras de ascensão de carreira. Também reivindicam que sejam pensados programas para mudança cultural e redução do preconceito no banco, voltado principalmente às empregadas e empregados que tenham poder de decisão sobre a carreira e gestão de pessoal.
A Caixa se propôs a aprofundar a questão e que este é um ponto viável de ser implementado, uma vez que já existe uma ação formatada com foco no público LGBTQIA+ para ser implementada pelas gerências regionais (Gipes) e representações regionais (Repes) e que já existe uma cota de diversidade no edital do programa de incentivo para mestrado e doutorado.
Rogério Campanate ressaltou a importância da realização de um mapeamento das pessoas LGBTQIA+ e dos mais diversos segmentos de empregados, para que ajude nos debates. “Pode-se aproveitar as ações que serão realizadas nas Gipes para que este mapeamento seja feito”, sugeriu.

Horas de estudo – A representação sindical lembrou que a cláusula 59 do atual ACT diz que “os empregados deverão dispor de seis horas mensais para estudos na metodologia a distância (EAD), junto a Universidade Caixa dentro da jornada de trabalho, em local apropriado na unidade”, mas que é preciso melhorar, com estas seis horas de fato respeitadas para a formação dos bancários.
Rogério Campanate ressaltou que “é preciso que haja, de fato, desenvolvimento de pessoas, que o estudo não seja mais uma obrigação de cumprimento de metas”, disse, ao ressaltar que a modalidade remota permite que o sistema seja burlado, dando a impressão de que a formação foi realizada, mas que, na realidade, foi apenas para cumprir a meta de capacitação estabelecida para o pessoal. A Caixa aceita debater sobre o tema para promover mudanças na cláusula.

Melhorar a Comunicação – A representação sindical cobrou ainda melhorias no acesso e no fluxo de comunicação com os empregados, para mantê-los informados sobre as atividades de interesse dos trabalhadores, atualizando a cláusula que trata deste tema.
A Caixa disse que pode auxiliar na criação de um banco de dados pelo sindicato, de acordo com o interesse de cada empregado e que, além disso, pode avaliar outras formas de acesso aos empregados que não firam a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Cobrança de metas e jornada – A CEE mostrou preocupação com o uso abusivo do WhatsApp e do Teams nos celulares dos empregados, inclusive na cobrança de metas. Os sindicalistas ressaltaram também que elas são estabelecidas e alteradas para cima, durante o período de seu cumprimento. A CEE reforçou o pedido para que o “Agiliza” (locação de empregados fora das agências para triagem dos clientes) seja revisto.

Teletrabalho – Em atendimento às reivindicações do movimento sindical sobre o teletrabalho, a Caixa está estudando mecanismos para garantir o respeito à desconexão e à jornada e sugeriu que a proposta seja debatida na próxima de mesa de negociações, dia 22, quinta-feira. Os dirigentes sindicais querem melhorar também a estrutura para o trabalho, a ajuda de custo e que o trabalho remoto deixe de ser uma moeda de troca nas mãos de gestores que liberam ou não, para o teletrabalho como forma de prêmio ou um “castigo”, sempre relacionados às metas.

Taxas e isenções – A cláusula 17 do ACT em vigência até 31 de agosto, estabelece isenção aos empregados da anuidade de dois cartões de crédito. O movimento sindical reivindica que a isenção seja para todos os cartões. A cláusula 18 trata sobre os juros do cheque especial e enquadra os empregados na “faixa 5”, exclusivamente na conta em que eles recebem seus salários e/ou proventos. Os sindicatos querem que a Caixa cobre a menor taxa praticada pelo banco e que sejam mantidas as isenções de tarifas de serviços bancários a todos os empregados.

Sinistro de sequestro – O movimento sindical reivindica que, em caso de sequestro que atinja ou vise atingir o patrimônio da empresa, a Caixa custeie todas as assistências (médicas, psicológicas e jurídicas), previstas na cláusula 35 do atual ACT, não apenas aos dependentes, mas também às demais pessoas que estiverem na residência no momento.

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