Quinta, 19 Outubro 2017 00:00

Bancários lançam campanha de combate à discriminação

Discriminação de gênero, raça, orientação sexual e às pessoas com deficiência é um problema crônico na sociedade brasileira. Na última quarta-feira, 18, Em São Paulo, o Coletivo da categoria que trata da luta contra toda forma de discriminação no setor financeiro, em parceria com a Secretaria de Imprensa da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), lançou a Campanha Nacional de Combate à Discriminação nos Bancos. O objetivo é informar e debater, não apenas no movimento sindical, mas com a sociedade, estas relevantes questões.

“Essa campanha não deixou de ser de luta e ficou muito mais corajosa. Trouxemos esse conceito numa forma bonita, compreensível e fácil de divulgar. A nossa campanha é absolutamente oportuna, já que estamos num momento que o ódio apareceu com muita força, principalmente o ódio entre classes, nesse cenário de golpe”, explica o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Preconceito racial

De acordo com o secretário de Comunicação da Contraf-CUT, Gerson Carlos Pereira, a ideia da campanha foi criar uma marca que valorizasse, acima de tudo, a condição humana do indivíduo e do conjunto, dentro das tendências de comunicação mundial. “Queremos que essa campanha chegue à sociedade e se propague nos veículos digitais, redes sociais etc”, explicou.

Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo, considera importante levar o debate para as mesas de negociação da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). “Nós sabemos que a cor da pele tem sido uma dificuldade para que os bancários consigam a ascensão profissional. Os bancos sempre justificam a dificuldade de colocar bancários negros em grandes cargos com à baixa qualificação. Mas, nós sabemos que o governo Lula proporcionou ao povo negro que muitos se formassem ao longo desses anos, então, tem pessoas qualificadas que podem entrar nesse sistema. Infelizmente, o que acontece é realmente um preconceito”, disse.

De acordo com Elaine Cutis, secretaria da Mulher, as dificuldades sentidas nas negociações, nos últimos meses, motivaram o lançamento da campanha. “Esses acontecimentos e denúncias de preconceito têm sido recorrentes e é importante informar a população. Trouxemos essa campanha para levar esse debate a sociedade e acabar com a cultura de ódio”, disse.

Reformas e discriminação

As pessoas com deficiência representam um quarto da população brasileira. Cerca de 24 milhões de pessoas ainda passam por situações de constrangimento e discriminação no país. “A pessoa com deficiência (PCD) pode ser mulher, negra e LGBT, o que significa que essa pessoa é triplamente discriminada. Temos que mudar essa ideia, mudar esse contexto para que pessoas com deficiência sejam mais valorizadas e, também, que não acabe com a lei de cotas. Com a terceirização, o mercado formal para PCD vai ficar defasado. A campanha visa valorizar a PCD”, explicou José Roberto, coordenador do Coletivo Nacional dos Trabalhadores com deficiência da CUT.

A campanha também enfatiza o aumento das discriminações com as reformas, propostas pelo governo golpista. “A sociedade em geral precisa entender o momento único que nós estamos vivendo para a gente continuar na luta contra os ataques aos nossos direitos, que estão sendo ameaçados. Essas reformas não representam o conjunto dos trabalhadores. É preciso continuar nessa luta por uma sociedade plural, justa e igualitária”, afirmou o diretor executivo da Contraf-CUT, Adilson Barros.

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