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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Como em muitos países do mundo, as mulheres brasileiras foram às ruas no Dia Internacional da Mulher, na última sexta-feira (8).
No Rio, mais de 30 mil pessoas participaram de uma passeata pela Rio Branco, da Candelária à Cinelândia, que parou o trânsito numa das principais vias do Centro da Cidade.
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Dirigentes bancárias e bancários também estiveram no protesto juntamente com entidades do movimento de mulheres, servidores públicos e diversos outros trabalhadores e representantes sindicais, associações de moradores, estudantes e sem-terra.
Para Kátia Branco, vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, a manifestação provou a capacidade de mobilização das mulheres não só por seus direitos, mas também pela democracia.
“Nós mulheres tivemos um papel de destaque no enfrentamento do fascismo, na defesa do Estado democrático de direito, nas recentes ameaças que vivemos no Brasil. Nossa luta é por um país e um mundo melhor para todas e todos. Esse ato aqui no Rio, com sua beleza e energia, não deixa dúvidas de que, se temos muito a conquistar, não nos falta força para lutar”, afirmou.
"O próximo passo é participarmos em peso da campanha nacional das bancárias e bancários. Este ano temos a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e é preciso ampliar o poder de compra da categoria, garantir nossos direitos e avançar em novas conquistas", acrescentou Kátia.
Pela igualdade salarial
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mesmo mais escolarizadas, as mulheres ganham 21% menos que os homens. No último trimestre de 2023, a situação piorou: elas receberam, em média, 22,3% a menos que os homens.
Em julho do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou o Projeto de Lei n° 1.085, que garante a igualdade salarial entre homens e mulheres. Mas a sociedade precisa cobrar fiscalização nas empresas e o cumprimento da nova legislação.
Basta de violência
Outras reivindicações foram o fim do assassinato de mulheres, o feminicídio, que muitas vezes é praticado por seus companheiros ou ex-companheiros. A igualdade de oportunidades no mercado de trabalho e o direito à interrupção da gravidez também foram bandeiras de luta do protesto.
Durante o ato público, as manifestantes cobraram o fim do massacre de Israel contra os palestinos, em sua maioria mulheres e crianças.
"A luta é também pelo fim do genocídio negro e indígena, nenhuma anistia para golpistas, democracia com justiça social e ambiental, por emprego, contra a privatização, por mais saúde e comida no prato do povo brasileiro e por mais mulheres na política", explicou a presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro), Adriana Nalesso.
Campanha 2024
O presidente do Sindicato José Ferreira destacou a importância da participação das bancárias na campanha salarial 2024.
"As mulheres tiveram papel fundamental na defesa da democracia, mostraram sua força e indignação neste 8 de Março contra a discriminação e a desigualdade. Estou certo de que, com a mesma disposição, as bancárias estarão na luta em defesa dos direitos delas e de toda a categoria em nossa campanha nacional", ressaltou Ferreira.
Pela manhã, dirigentes sindicais percorreram agências no Centro da Cidade, numa bonita homenagem às bancárias pelo 8 de Março (Confira na página 2).