Terça, 20 Fevereiro 2018 00:00

Netflix fará documentário sobre crimes do HSBC

Produzida pela gigante do streaming audiovisual Netflix, a série “Rota do dinheiro sujo” trará à tona as ações ilegais do banco. Um dos episódios mais esperados, o banco dos cartéis, trará parte do slogan do HSBC: "Um outro ponto de vista é simplesmente ver de um lugar onde você não está."

A série

A história real, trabalhada com linguagem documental, torna a série viciante, como é de costume nas produções da Netflix. O centro das atenções será mostrar a relação do banco HSBC com o cartel de drogas, no México. Para sustentar o argumento, grande quantidade de depoimentos, apurações jornalísticas e inclusive documentos vão fazer parte do conteúdo da série.

Programada para seis episódios, a série centraliza seu foco em investigações, sobre os cartéis, como realizam as transações em todo o mundo. E ainda como o tráfico, com cooperação do banco HSBC injeta uma quantidade tão grande de dinheiro obtida de maneira ilegal no sistema financeiro; lavagem de dinheiro, participação de autoridades, membros dos cartéis, entre outros.

Um dos episódios mostra como o tráfico obtêm suas finanças, grande parte delas compostas por notas de pequeno valor. Mostra como esse dinheiro é comercializado, passando pelas fronteiras para chegar ao seu destinatário.

Sistema financeiro

A produção da Netflix entrevistou um ex-executivo do HSBC, Everett Stern. Ele afirma que o banco fraudava sistemas de investigações, favorecendo entidades criminosas como o cartel mexicano, por exemplo.

O sistema financeiro aparece com força quando o HSBC compra em 2002 um outro banco, bem menor, chamado Banco Bital. Esta instituição fica sediada na região mexicana de Sinaloa (uma área de narcotráfico forte), com o intuito apenas de facilitar “o jogo” o Bital era utilizado como garantia de empréstimos menores.

Justiça

Em 2012 a Justiça dos Estados Unidos condenou o HSBC a pagar U$ 2 bilhões por conta da quantidade de dinheiro ilegal que passava pela instituição. O valor era considerado pequeno em comparação com a quantidade de lucro que o banco obtém. Um acordo também foi decretado pela Justiça, para que o banco não fosse acusado de crime por nenhum dos envolvidos, em troca, facilitaria o sistema de investigação. Após firmar o acordo com a Justiça, o banco confessou os crimes, mas praticamente seguiu sem “punição”.

“Se você for pego com 30 gramas de cocaína, as chances de você ir para a cadeia são grandes. Se isso se repetir, você pode ir para a cadeia pelo resto de sua vida. Mas se você lavar bilhões de dólares para cartéis de drogas e violar sanções internacionais, sua empresa paga uma multa e você vai para casa dormir tranquilamente. Acho que está errado”, conclui sobre o caso a senadora democrata norte-americana Elizabeth Warren.

Fonte: Rede Brasil Atual

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