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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcelos
Imprensa SeebRio
Na parte da tarde do primeiro dia do VII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado em Porto Alegre, nesta sexta-feira (10), foi apresentado o painel “Participação dos Negros e Negras no Mercado de Trabalho e Políticas Públicas".
A deputada estadual do PCdoB/RS Bruna Rodrigues , por compromissos de agenda, acabou abrindo o painel. Ela lembrou que é primeira vez na história que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul tem uma mulher negra.
“É muito importante que as mulheres negras ocupem este espaço político de poder. O salário que é ‘muito’ mínimo no Brasil é fruto da cultura escravocrata e estamos lutando por condições minimamente dignas para os trabalhadores e a população negra”, disse, criticando o orçamento para 2024 aprovado pelo parlamento gaúcho que impede investimentos básicos em educação, saúde e não dá conta de necessidades básicas da população.
Críticas à terceirização
Bruna lembrou que 70% do Congresso Nacional representa as elites econômicas e aprovou a ampliação da terceirização no Brasil, aprovada no governo Michel Temer (MDB) e aprofundada no governo Bolsonaro (PL).
“Esse processo de terceirização não entregou o que prometeu em relação à empregabilidade e precarizou as condições de trabalho. Esse é o legado da terceirização, a redução da renda e não veio a geração de empregos prometidas. As pessoas perderam a crença no trabalho devido a salários que não garantem condições mínimas de vida”, declarou, defendendo a desconstrução do atual sistema, econômico e tributário, para garantir a emancipação popular.
A importância dos sindicatos
A parlamentar falou ainda da importância dos sindicatos na vida dos trabalhadores e trabalhadoras.
“A quem interessa quer o trabalhador não seja sindicalizado e ceda à lógica individualista disseminada por este modelo econômico?”, questionou.
Consciência de classe
Bruna ressaltou a importância da consciência de classe para a emancipação popular, afirmando ainda que esta emancipação não pode ser “embranquecida”.
“Que o racismo não seja um papo apenas de pretos, gente. Eu quero um dia ver este plenário lotado também de brancos que sejam solidários à nossa luta e contra este sistema, esta sociedade e este estado que matam jovens negros da periferia”, acrescentou.
Bruna defendeu também um sistema financeiro que tenha um compromisso social com o desenvolvimento econômico e a justiça social.
Reforma Tributária do povo
Antes da palestra, o jornalista da Contraf-CUT Paulo Flores apresentou a campanha nacional da entidade em defesa de uma reforma tributária justa, que tribute os mais ricos, taxe os offshores (fundos de investimentos no exterior que levam o Brasil a perder bilhões de reais em arrecadação) e os lucros e dividendos. A proposta da mobilização égarantir a aprovação de um novo modelo em oposição ao atual sistema tributário que cobra mais impostos dos mais pobres e da classe média e proporcionalmente menos dos mais ricos. Foram apresentados o vídeo e a cartilha da campanha. O movimento sindical defende ainda que a taxação de quem ganha mais garanta a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$5 mil por mês de salário.